Sabe-se, há muito tempo, apesar da postura
da mídia e dos especialistas que dizem o contrário, que as forças policiais têm
um limite de responsabilidade pela manutenção da segurança em nossas cidades.
É hipocrisia imputar-lhes responsabilidade exclusiva pelo aumento ou redução da
violência. Vivemos num País onde a insegurança social atinge mais da metade da
população permitindo que gerações e gerações de jovens permaneçam abandonados a
própria sorte, pela falta de políticas públicas de educação, saúde, trabalho e
emprego, dentre outras tantas.
Vá a qualquer hora nas vilas e bairros das
cidades satélites e nas regiões metropolitanas de nossas capitais, onde moram
familías de baixo poder aquisitivo, e vejam a quantidade de jovens que circulam
de um lado para o outro sem ter ocupação digna a não ser aprender pequenos
golpes para poder comprar um refrigerante, um lanche ou coisa parecida.
Não venham com a conversa de que eles deveriam
estar estudando se nem escola estão a sua disposição. Não sugira que
poderiam estar praticando esportes sem antes verificar o lixo que são as áreas
de lazer a eles disponibilizadas, quando existem.
Enquanto tudo isso acontece a estrutura
nacional que afirma ser responsável pela política de segurança do governo
remenda orientações sem nenhum projeto transparente que tenha capacidade
de reduzir os índices referidos.
A Força Nacional de Segurança - FNSP, criada
para padronizar treinamento e definir equipamentos a serem disponibilizados para
as policiais estaduais, mais uma vez é manchete nacional porque, com 133
policiais (cedidos dos Estados para o Ministério da Justiça) irá atuar no
Distrito Federal para melhorar o policiamento.
Os policiais militares e civis do DF estão
eriçados pelo condição que lhes é imposta. O Governo do Distrito Federal e da
União, de forma tácita, admitem que mais de vinte e quatro mil policiais civis e
militares do DF necessitam ser socorridos por 133 representantes da FNSP.
Agora observe o comentário (UOL
28/08/12) elegante do comandante da Polícia Militar do Distrito Federal.
"Conforme avaliação do comandante da Polícia
Militar, coronel Suamy Santana. "O efetivo que está sendo ofertado, numa escala
de 12 por 48 horas, dá algo como 20 homens atuando por dia. É um apoio
importante, mas, efetivamente, é muito ínfimo dentro da realidade da segurança
pública”, admitiu o comandante, acrescentando que, dos 133 agentes da Força
Nacional que vão atuar na divisa do DF com Goiás, 53 já haviam sido cedidos pelo
próprio Distrito Federal ao Ministério da Justiça."
“Raciocinar que isso é um choque na segurança
pública é uma distância muito grande. Esta é uma situação pontual”, concluiu
Santana, negando que a presença da tropa nacional tenha causado mal-estar entre
os policiais militares, mas revelando que o comando da Polícia Militar não foi
previamente consultado sobre o acordo de cooperação firmado pelo governo
distrital com o Ministério da Justiça.
“Houve sim um mal-estar causado
pela má interpretação da decisão de aceitar a cooperação, mas isso porque muitas
vezes a informação é truncada, o que cria um mal-estar entre os policiais que
estão lá na ponta, fazendo seu serviço de forma benfeita, pois, em um primeiro
momento parece uma intervenção e não é nada disso", disse.
O uso da marqueteira FNSP ao invés de ser
compreendido como uma ação qualificado do Governo Federal deve ser vista como um
remendo pela falta de ações permanentes que revigorem as polícias,
qualificando-as e estabelecendo estratégias para que cumpram com eficiência e
eficácia suas atribuições.
Por outro lado, deve acontecer a ampliação do
socorro imediato as gerações de jovens que se perdem pelas ruas e a dignificação
dos presídios brasileiros onde encontra-se o maior número de criminosos que
deveriam ser recuperados para evitar a reincidência.
Se o Distrito Federal precisa de 133 policiais
da Força Nacional para reduzir a violência e criminalidade imaginem quantos
policiais serão precisos naqueles Estados que não têm garantido um Fundo
Constitucional?
FONT: Blog do JL Quados