segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Bispo propõe levante popular pacífico contra a reforma da Previdência

Política

Prostesto

Bispo propõe levante popular pacífico contra a reforma da Previdência

por Redação — publicado 27/11/2017 11h40, última modificação 27/11/2017 17h17
Prelado diz que proposta foi negociada na base de compra de votos e que ameaça a vida de milhares de brasileiros

CNBB
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Dom Reginaldo Andrietta
O bispo da cidade de Jales, dom Reginaldo Andrietta, propôs em artigo publicado no site da diocese de sua cidade, um levante popular pacífico contra a reforma da previdência. No texto, dom Reginaldo afirma que a proposta que será apreciada pela Câmara dos Deputados foi negociada na base da compra de votos, que reduz direitos constitucionais e ainda põe em risco a vida de milhares de brasileiros, especialmente os mais vulneráveis. "Que tal, então, levantarmo-nos em respeito às pessoas idosas de hoje e de amanhã? Que seja um levante popular, evidentemente pacífico”, afirma no texto.
Leia também:
Dom Reginaldo Andrietta critica também outras medidas do governo Temer, como o teto dos gastos, que determina o congelamento por 20 anos as despesas com programas sociais e a reforma trabalhista por ferirem "gravemente nossa Constituição Cidadã”.
 Confira o artigo:

Paulo Paim afirma que é impossível aprovar a proposta de reforma da Prev...

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

O GOLPE NÃO É INVENCÍVEL, DIZ A IGREJA CATÓLICA

Golpe que atingiu o nosso país não é invencível, diz rede ligada à Igreja Católica


Jornal GGN - Redes ligadas à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiram uma carta com uma mensagem otimista em relação ao golpe de Estado dado pelo grupo que levou Michel Temer ao poder e que culminou com uma série de mudanças em políticas públicas que retiraram direitos sociais. 
De acordo com a mensagem das Comissões Justiça e Paz da CNBB e da Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação da CRB, que formam a Rede Brasileira Justiça e Paz, "o quadro atual de grandes perdas e de ameaças a direitos não abala a nossa fé na democracia pois o golpe que atingiu o nosso país não é invencível. A força da militância dos movimentos populares, irá demonstrar, mais cedo do que se imagina, como em outros momentos da história, que as tiranias sempre sucumbem à irresistível vontade popular."
A carta critica o fim da CLT, medida que acaba de entrar em vigor, uma "ousadia que nem o arbítrio de 1964 foi capaz de propor", e que Temer só conseguiu tirar do papel comprando apoio político para se manter no poder, a despeito das denúncias da Lava Jato.
"Essa lógica cruel, incapaz de sentir qualquer remorso com a dor de milhões, é constantemente tratada como responsabilidade fiscal", diz a nota, que ainda leva as críticas ao Judiciário. 
"Tal quadro desolador se completa com a hipertrofia do judiciário, nem sempre distante das paixões políticas presentes na sociedade. Aliás, muitos se perguntam se ele não estaria em algum grau partidarizado e comprometido com o modelo econômico neoliberal."
O informe ainda aponta que a "esperança que anima a nossa militância tem mantido acesos movimentos, redes e mobilizações" e isso tem ajudado a criar "resistência" e fazer o governo recuar em algumas pautas, como ocorreu no caso da Renca, "da insidiosa portaria que legitimava o trabalho escravo, bem como da cada vez mais improvável Reforma da Previdência."
Leia a manifestação completa abaixo.
Mensagem pública aprovada pelas Comissões Justiça e Paz da CNBB e a Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação da CRB, que formam a Rede Brasileira Justiça e Paz, reunidas em Brasília, de 10 a 12 de Novembro de 2017
Misericórdia e fidelidade se encontram, justiça e paz se abraçam (Salmo 85, 11) 
A realidade brasileira expõe uma nação à deriva, sem rumo, entregue à voracidade do mercado financeiro nacional e internacional. Há quem sustente que esta situação revela algo premeditado e
com objetivo claro: aprofundar o modelo de país voltado para fora como fonte de matérias primas oferecidas às metrópoles de plantão.
Tal anomalia tem uma funcionalidade, pois legitima a adoção de políticas que, num quadro de normalidade, jamais seriam aceitas. Ao explorar o vocábulo crise, implicitamente induz à admissão de que o Estado Democrático de Direito ainda subsiste e não estaríamos caindo em outra realidade, um novo formato de Estado, voltado à multiplicação de lucros e ampliação do controle penal dos “indesejáveis”, em negação de valores essenciais à própria humanidade.
É dentro desta perspectiva, que se explica a interminável necessidade de buscar a desconstrução dos instrumentos de governança e inclusão social, que desde 1930 deram sentido à nacionalidade brasileira, apesar dos inúmeros limites e percalços que não podem ser olvidados.
Há poucos meses foi decretado o fim da CLT, medida que acaba de entrar em vigor, ousadia que nem o arbítrio de 1964 foi capaz de propor. O atual Presidente da República comporta-se sem cerimônia e desprovido da “liturgia do cargo” para enterrar as denúncias que pesam contra ele e seus mais próximos auxiliares. Para tanto, faz uso indevido de nomeações, verbas e distribui privilégios que o mau manejo da máquina pública proporciona, em escandalosa cooptação de parlamentares e parte majoritária da mídia empresarial.
O discurso oficial apregoa que teríamos entrado num lento, porém virtuoso processo de retomada do emprego, da renda e da atividade econômica. Tal aceno, choca-se com a sensação real de instabilidade institucional, pobreza crescente e enorme desemprego. É preciso lembrar que as medidas de “contenção de despesas” destinadas à área social acoplam-se à permanente drenagem desses recursos desviados para o infindável pagamento de inaceitáveis juros da dívida pública. Essa lógica cruel, incapaz de sentir qualquer remorso com a dor de milhões, é constantemente tratada como responsabilidade fiscal, verdadeira adoração ao mercado e desprezo pelos pobres, mulheres, negros, jovens, desempregados e indígenas.
Tal quadro desolador se completa com a hipertrofia do judiciário, nem sempre distante das paixões políticas presentes na sociedade. Aliás, muitos se perguntam se ele não estaria em algum grau partidarizado e comprometido com o modelo econômico neoliberal que se quer impor ao Brasil. Afinal, atribui-se a um dos ministros do STF a inaceitável expressão “a Constituição não cabe no
orçamento”. 
No campo da sociedade civil está presente forte e difundida oposição à implementação desse modelo, entretanto sem a força necessária às mobilizações, em parte fragilizadas pelo risco do desemprego que coloca os movimentos dos trabalhadores na defensiva, em parte, pela ausência de uma proposta de luta clara, exequível e unificada.
A esperança que anima a nossa militância tem mantido acesos movimentos, redes e mobilizações. Por isso, nossa resistência tem sido capaz de impor o recuo do governo em questões como a da Renca, da insidiosa portaria que legitimava o trabalho escravo, bem como da cada vez mais improvável Reforma da Previdência.
Esse quadro atual de grandes perdas e de ameaças a direitos, não abala a nossa fé na democracia pois o golpe que atingiu o nosso país não é invencível. A força da militância dos movimentos populares, irá demonstrar, mais cedo do que se imagina, como em outros momentos da história, que as tiranias sempre sucumbem à irresistível vontade popular.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Trabalhador “intermitente” vai ficar sem Previdência

Trabalhador “intermitente” vai ficar sem Previdência

A MP da reforma trabalhista, editada por Michel Temer, faz uma emenda tão ruim quanto o soneto ao regulamentar o recolhimento dos trabalhadores “intermitentes” aqueles que trabalham algumas horas ou alguns dias no mês, quando o patrão achar que tem necessidade de tirá-los da “prateleira”.
Como tinham ficado sem direito a Previdência caso a remuneração, somando as horas trabalhadas, não alcance o salário mínimo, Temer fez uma correção.
Agora, eles podem “completar” a contribuição ao INSS do próprio bolso.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

A GLOBO QUER ENGANAR A QUEM?

Kátia Gerab Baggio: Com “Transgressores”, Globo quer enganar quem que se aliou à extrema-direita para golpear Dilma e a democracia?

15 de novembro de 2017 às 18h03

  
A GloboNews e “Os Transgressores”
Por Kátia Gerab Baggio*, especial para o Viomundo



iguei na GloboNews hoje, 12/11, à tarde. Desde 2014 e da campanha pró-impeachment, passei a assistir cada vez menos à emissora, por não suportar a mesmice da pauta neoliberal, na economia, e reacionária, em relação aos direitos sociais, que passou a rechear os horários do canal noticioso do Grupo Globo.
Estava sendo transmitido o GloboNews Documentário. Quando liguei a TV, o tema era Paulo Freire e seu papel fundamental para a educação e a alfabetização. Depois, o filme abordou a militância do estilista Carlos Tufvesson e sua luta contra a homofobia.
Na sequência, o documentário passou a tratar da trajetória de Celso Athayde e da criação da CUFA, a Central Única das Favelas. Por fim, a retratada foi Lucinha Araújo e a Sociedade Viva Cazuza, que dá assistência a crianças e adolescentes portadores do vírus da AIDS.
Centrado nesses quatro personagens — Paulo Freire, Carlos Tufvesson, Celso Athayde e Lucinha Araújo — e em suas lutas por causas sociais, é, indiscutivelmente, um documentário favorável à inclusão e contra a intolerância.
Uma coprodução da Cinética Filmes com a GloboNews e a Globo Filmes, de 2017, o documentário tem por título “Os Transgressores” e foi dirigido por Luis Erlanger, jornalista de longa trajetória no jornal “O Globo” e na TV Globo.
Por que resolvi escrever este texto?
No auge da campanha pró-impeachment, em que o Grupo Globo buscou, por todos os meios, insuflar as pessoas a ir às ruas de verde e amarelo, contra o PT, Dilma e Lula, documentários como este não eram usuais na programação dos veículos “globais”. Era necessário fazer vistas grossas à presença da extrema-direita nas ruas.
Ao lado do antipetismo, estavam intolerantes e violentos: racistas, misóginos e homofóbicos. Gente simpatizante de Bolsonaro e que vota em parlamentares da bancada BBB, da “Bala, Bíblia e Boi”.
Neste momento, o Grupo Globo está buscando dissociar-se da extrema-direita. A mesma extrema-direita com a qual somou forças para que o golpe de 2016 fosse consumado.
Nos atos de 2015 e 2016 a favor do impeachment, cartazes homofóbicos, racistas e contrários aos direitos humanos estavam nas ruas, junto com aqueles de ódio aos “petralhas”, às esquerdas e aos movimentos sociais.
Cartazes com frases como “Fora Dilma e leve o PT junto”, “A nossa bandeira jamais será vermelha”, “A culpa não é minha, eu votei no Aécio,” e “Chega de doutrinação marxista, basta de Paulo Freire” proliferavam. Tudo isso com o aval do Grupo Globo, que os endossava ou os escondia, no caso daqueles empunhados pela direita mais intolerante e extremista.
Mais de um ano depois de consumado o golpe, o Grupo Globo quer enganar a quem? Quer esconder que esteve aliado à extrema-direita para golpear a democracia? E, junto com a democracia, os direitos sociais e os direitos humanos?
Quer esconder que apoiou a chegada ao poder deste projeto excludente do (des)governo de Temer?
A família Marinho apoiou o golpe civil-militar de 1964 e o regime ditatorial militar, que durou duas décadas. Apoiou o golpe de 2016 e a campanha virulenta que visou à destruição do PT, de Dilma, Lula e de todas as esquerdas.
E agora resolveu endossar campanhas antirracistas, anti-homofóbicas e em defesa dos direitos humanos.
Mas continua a favor de um projeto neoliberal de enxugamento do Estado, de privatizações do patrimônio público a preços vis, e de retirada de direitos trabalhistas e sociais.
Não é possível deixar-se enganar pelo “canto da sereia”.
O Grupo Globo foi golpista em 1964 e 2016. E continua sendo a #GloboGolpista.
*Kátia Gerab Baggio é historiadora e professora de História das Américas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

domingo, 12 de novembro de 2017

Juristas do Ceará divulgam moção de repúdio contra palestra de Moro em congresso

Juristas do Ceará divulgam moção de repúdio contra palestra de Moro em congresso

Postado em 12 de novembro de 2017 às 3:41 pm
Juristas do Ceará divulgaram uma moção de repúdio contra palestra do juiz Sergio Moro num congresso de procuradores municipais.
“O convidado é amplamente conhecido por seu desapreço ao direito de defesa e ao trabalho realizado pelo advogado”, escrevem num manifesto.
Eis o texto na íntegra:
MOÇÃO DE REPÚDIO
O Coletivo de Juristas pela Democracia Ceará vem a público manifestar profundo repúdio à participação do juiz federal Sérgio Moro no XIV Congresso Brasileiro de Procuradores Municipais. O encontro, que é anual, será realizado entre os dias 21 e 24 do corrente mês na cidade de Curitiba. A promotora do evento é a Associação Nacional de Procuradores Municipais – ANPM.
O referido magistrado foi convidado para a conferência de abertura do congresso, causando consternação entre procuradores municipais e advogados de todos os estados do Brasil. Neste momento tão delicado por que passa a democracia brasileira, entendemos que o convite ao juiz da 13a Vara Federal de Curitiba prejudica sobremaneira o trabalho de advogados e de todos aqueles que lutam pela defesa dos valores de sustentação do Estado Democrático de Direito.
O convidado é amplamente conhecido por seu desapreço ao direito de defesa e ao trabalho realizado pelo advogado. Além de tecer considerações negativas sobre a atuação de patronos de réus em sentenças, o juiz promove expedientes processuais sem o cuidado necessário, permitindo que escritórios de advocacia sejam violados. Essas práticas reafirmam um perigoso estigma de que o advogado é obstáculo e não garantia de justiça.
É inconcebível que uma entidade de representação de advogados do tamanho da ANPM mantenha-se indiferente a todos esses episódios de violação profissional de colegas. Oferecer espaço de visibilidade a um agente público que amesquinha prerrogativas e direitos fundamentais significa adesão explícita a essas práticas, o que merece repúdio da sociedade civil organizada que tenha compromisso com os mecanismos de promoção da democracia.
Além do respeito à democracia, o respeito pelo estatuto da advocacia brasileira configura uma obrigação de todos os advogados, independentemente de estarem ou não atuando. Trata-se de uma responsabilidade social compartilhada entre os membros da categoria. Assim, um evento de advogados para advogados nunca é um evento de propriedade exclusiva dos organizadores, porque a boa imagem dos advogados é um verdadeiro patrimônio imaterial da coletividade, um bem indisponível, sob zeladoria dos profissionais inscritos na OAB.
Nesse sentido, dar espaço a um juiz antagônico ao profissional da advocacia ofende e constrange toda a comunidade jurídica nacional. A iniciativa só faz sentido se considerarmos a existência de alpinistas políticos de ocasião infiltrados na ANPM, cujo cuidado não é com a Constituição e nem com a sociedade, mas apenas com seus próprios interesses. Ocorre que esse tipo de compromisso pessoal não pode prevalecer em face da solidariedade que os membros da advocacia devam compartilhar entre si. Ademais, o suposto combate à corrupção que o convidado diz promover não passa de um teatro, um fingimento. Por isso, não se justifica o convite.
Não se combate a corrupção combatendo os direitos fundamentais. De tal modo, o real intuito do discurso de combate à corrupção é confundir parcela da cidadania, enquanto representantes do atraso civilizatório buscam interferir no processo político eleitoral de 2018 a todo custo. Uma democracia madura jamais permitiria que um membro do poder judiciário fizesse publicidade com o processo penal em vez de fazer justiça. Tampouco alinhamentos com setores da mídia passariam despercebidos pelos órgãos de controle do ofício judicante. Mas parcela da Justiça brasileira assumiu compromissos circunstanciais em vez de guardar os compromissos estruturais do Estado brasileiro.
Causa estranheza a organização do XIV Congresso Brasileiro de Procuradores Municipais não reconhecer esses fatos ou fingir ignorá-los. Afinal, um ambiente institucional hostil à democracia e aos advogados é um ambiente também hostil ao trabalho do procurador municipal.
Em suma, a prática do juiz Sérgio Moro é marcada pela deformação na aquisição da verdade. Para ele, a hipótese acusatória goza de primazia perante o trabalho empreendido pela defesa. Dessa forma, o que caracteriza a popularidade desse juiz não é sua competência técnica, mas a tentativa de construir um consenso fraudulento na opinião pública sobre determinadas figuras da vida pública nacional, criminalizando seletivamente a política.
Por todas essas razões, repudiamos a organização do XIV Congresso Brasileiro de Procuradores Municipais pelo equívoco no convite formulado.