sexta-feira, 30 de outubro de 2015

CARREIRA ÚNICA E REFORMA DAS POLÍCIAS

QUINTA-FEIRA, 29 DE OUTUBRO DE 2015


Ricardo Balestreri e sua opinião sobre Carreira Única e reforma das polícias

Por:Ricardo Balestreri 
O QUE PENSO SOBRE A REFORMA DAS POLÍCIAS

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

PEC 431/2014 - CICLO COMPLETO DE POLÍCIA

UNIFICAÇÃO DAS POLÍCIAS
OfiUNIFICAÇÃO DAS POLÍCIAS
PEC 431: Unificação e ciclo completo de polícia põem em confronto PMs, PC e Federal
PEC 431 estende autoridade para lavrar TCO aos policiais militares. Delegados são contrários e apontam inconstitucionalidade na proposta
POR AYRTON MACIEL-NE10/FOTO: GIOVANNI COSTA/ALEPE - 28/10/2015 - 16:17:28
http://www.edsonsombra.com.br/admin/post/imagens/4dd7d106ced81319ef1ce5bd3504a418.jpeg
Oficiais das PMs de PE, PB e AL e delegados da Polícia Civil divergem em relação à PEC 431. Proposta estende aos militares autoridade para lavrar TCOs. Civis protestam. ...

Em auditório radicalizado entre as posições dos delegados de polícia e as dos oficiais das Polícias Militares do País, no 9º seminário sobre unificação das polícias, desmilitarização das PMs e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 431) que autoriza a realização do ciclo completo de polícia por todas as instituições da área da segurança pública, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados concluiu, nesta segunda-feira (26), no Centro de Convenções, que será difícil aprovar a proposta por consenso.

Com troca de insultos como “tortura existe nas delegacias de polícia” e “ninguém quer ir depor em um quartel”, delegados e agentes das polícia civil e federal – apoiados pela OAB-PE – e oficiais e praças das PMs, aliados ao Ministério Público Federal (MPF), aprofundaram divergências e tiveram de ser contidos pelo relator da PEC 431, deputado Raul Jungmann (PPS), que teve de paralisar a sessão para acalmar os ânimos. “Sem consensos entre polícias, não haverá consenso no Congresso”, alertou Jungmann para o risco da 431 ficar engavetada.

A PEC 431, do deputado Subtenente Gonzaga (PDT/MG), acrescenta à Constituição que, além das competências específicas, todas as polícias poderão realizar o ciclo completo de polícia (ação ostensiva e preventiva, investigação e competência judiciária e de inteligência). A proposta do deputado mineiro inclui até as guardas municipais com competência para açação de polícia em crimes de menor poder ofensivo. O presidente da OAB, Pedro Henrique Reynaldo, ratificou a acusação de "inconstitucionalidade" da PEC 431 ao extender a competência de fazer TCO às PMs, enquanto o procurador do MPF da 4ª Região, José Robalinho, definiu como "constitucional" a implantação do ciclo completo de polícia. 

"A PEC 431 prevê o ciclo completo para todas as polícias sem mexer nas competências exclusivas de cada uma. Aquela que fizer o flagrante fica responsável por fechar o pacote: levar o procedimento até à Justuça. No município onde houver uma só polícia, ela passa a investigar também. Isso vai reduzir a parte cartoral da Polícia Civil. As guardas (municipais) têm estatuto desde 2013, estão consolidadas, podem fechar flagrante de crimes de menor poder ofensivo", esclarece os objetivos da PEC 431 o deputado Subtenente Gonzaga. O oficial militar defendeu, também, a desmilitarização das PMs: "Isso vai tira esse lado ruim que carregamos, que é o militarismo". 

O debate sobre a unificação das polícias e a realização do ciclo completo de polícia ocorre, no Congresso Nacional, através de seis PECs, três tratando do ciclo completo com polícia única e três do ciclo completo com cada polícia existindo independentemente. A PEC 431 é um apense (incorpora) às demais. 

“Para unificar, tem que desmilitarizar as PMs. Quem defende ciclo completo quer prender, denunciar e condenar. Somos contra o ciclo completo de polícia. É uma superposição de tarefas. Um cidadão preso (pela PM) seria levado a um quartel e não a uma delegacia. Quartel não é local para interrogar, nem cabe a militar interrogar civil”, rejeitou o dirigente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, Alan Cordeiro, sob vaia dos PMs.

“Vou resumir minha fala a 8 minutos, que é o tempo que a PM de Santa Catarina (que já faz o ciclo completo) leva para fazer um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Aqui, vocês levam 4 horas”, provocou sob vai dos civis o coronel da PMSC e presidente da Federação Nacional das Entidades de Oficiais Militares Estaduais, Marlon Jorge Teza. O ficial afirmou que as PMs "melhoraram" e stão hoje prepardas para lavrar TCOs em tempo muito mais rápido que nas delegacias de polícia. "Não faz sentido a PM prender e mandar para outra cuidar do caso. A PMSC, hoje, detém, faz a intimação (para ir a juiz) e requisita perícial em tempo médio de 15 minutos. Quem ganho foi a sociedade", argumento Teza. 

Integrantes da Frente Parlamentar da Segurança Pública da Assembleia de Pernambuco, os deputados Antônio Moraes (PSDB, delegado) e Joel da Harpa (PROS, policial da PMPE) apresentaram também posições antagônicas em relação à PEC 431, cada qual em defesa das suas corporações. "É imporrante saber se os policiais militares que estão nas ruas querem fazer o ciclo completo de polícia. Lamento se falar aqui em tortura. Isso tem em todas as instituições. Abordar isso não contribui para o debate sobre segurança pública, num momento muito difícil, em que estamos sendo vencidos pela violência", protestou Moraes. 

Em nome de todas as PMs do País, o coronel Franklin (PMPE) defendeu a competência para os policiais militares levarem TCOs e realizar o ciclo completo de polícia, mas gerou a irritação dos delegados e agentes de Polícia Civil por apontar "falhas" e criticar a atuação da corporação aque tem atribuição de Polícia Judiciária. "Antes de criticar o despreparo dos militares (para fazer o ciclo completo) é preciso falar do déficit de condições de trabalho nas delegacias. Nenhum quartel de PM foi apontado como local de tortura", disparou o coronel Franklin, numa ndireta aos delegados de polícia.

Em resposta, o presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Francisco Rodrigues, dirigiu-se aos praças das PMs saudando-os como "policiais que ainda são submetido ao regime de dureza dos quartéis" e atribuiu as dificuldades da segurança pública, no País, à falta de investimento público por parte dos governantes. "Há 50 anos os governos não investem nas duas polícias. Nós (policiais civis) somos competentes, nós não somos é valorizados. Aqui (no Estado), tem delegacia que preenche inquérito ainda no papel, o IML é um lixo, há delegacias que são um lixo. Ao querer fazer TCO, as PMs dão impressão de que não se orgulham do trabalho que fazem. No fim, a questão pe de falta de valorização das polícias", rebateu Rodrigues.

 Em nome da Polícia Rodoviária Federal, o policial e deputado estadual Eduíno Brito (PHS) defendeu a PEC do ciclo completo de polícia, assegurou que os policiais militares têm preparo para lavrar TCOs e pôs em dúvida a capacidade da Polícia Civil de responder às demandas da população. "Será que os TCOs não estão sendo subutilizados pelos delegados de polícia?", questionou.

O rebatimento veio de imediato pela representante dos delegados de polícia, Sílvia Renata Araújo, que indagou sobre a real intenção da PEC 431. "A proposta na PEC (431) das PMs dá impressão de que a solução para a segurança pública é simples. A questão é múltipla. Na verdade, essa proposta parece mais um projeto de poder das PMs. O que querem? Que o poder público volte a nomear delegados de polícia? Nós queremos é investimento em tecnologia para podermos investigar", contestou a dirigente da Associação Nacional de Delegados de Polícia Civil, Sílvia Renata.

"O ciclo completo de polícia vai ajudar na elucidação dos crimes. Quem ganha é sociedade", defendeu a PEC o dirigente da Federação Nacional dos Agentes da Polícia Federal, Alexandre Cavalcanti Ferreira, indo de encontro à posição dos delegados federais.

"Não estou vendo aqui as universidades, as entidades sociais, as bases das PMs e da Polícia Civil. Este é um debate de cúpulas. Há 60 mil homicídios por ano no País e fica-se discutindo vaidades. Será que os praças das PMs querem fazer TCOs? O que eles querem é a desmilitarização, que vai permitir que lutem por melhores salários", contestou cinclo completo de polícia para as PMs o presidnte do Sindicato dos Policias de Pernambuco (Simpol), Áureo Cisneiros.

O relato da PEC 431, deputado Raul Jungmann, informou que "não tem uma posição formada" sobre a polêmica aberta entre as polícias militares e civis. Repetiu que é "necessário buscar consensos, que sejam transferidos à sociedade que os repassará ao Congresso" para que a PEC seja aprovada. O deputado reconheceu que o entendimento está "muito difícil", mas ponderou que a PEC só irá à votação na CCJ em 2016.

"O consenso é muito difícil, mas está claro que não dá mais para adiar as reformas das políticas públicas em segurança pública. O atual modelo está vencido. É preciso que a Presidência da República e os governos estaduais não fujam desse debate. Temos hoje um quadro (de violência) que ameaça a democracia, estimula a cultura do medo e a subcultura da vingança. É a negação do Estado de Direito. A questão passa pela desmilitarização, o ciclo completo e a aplicação de recursos em segurança pública", antecipou a tendência de posição Jungmann.
 ciais das PMs de PE, PB e AL e delegados da Polícia
 Civil divergem em relação à PEC 431. Proposta 
estende aos militares autoridade para lavrar TCOs. 
Civis protestam. ...

Em auditório radicalizado entre as posições dos 
delegados de polícia e as dos oficiais das Polícias 
Militares do País, no 9º seminário sobre unificação
 das polícias, desmilitarização das PMs e a 
Proposta de Emenda Constitucional (PEC 431) 
que autoriza a realização do ciclo completo 
de polícia por todas as instituições da área da 
segurança pública, a Comissão de Constituição e 
Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados concluiu,
nesta segunda-feira (26), no Centro de 
Convenções, que será difícil aprovar a proposta 
por consenso.

Com troca de insultos como “tortura existe nas 
delegacias de polícia” e “ninguém quer ir depor
em um quartel”, delegados e agentes das polícia
civil e federal – apoiados pela OAB-PE – e 
oficiais e praças das PMs, aliados ao Ministério
Público Federal (MPF), aprofundaram divergências
e tiveram de ser contidos pelo relator da PEC 431,
deputado Raul Jungmann (PPS), que teve de 
paralisar a sessão para acalmar os ânimos. “Sem
consensos entre polícias, não haverá consenso 
no Congresso”, alertou Jungmann para o risco 
da 431 ficar engavetada.

A PEC 431, do deputado Subtenente Gonzaga
(PDT/MG), acrescenta à Constituição que, 
além das competências específicas, todas as 
polícias poderão realizar o ciclo completo de 
polícia (ação ostensiva e preventiva, 
investigação e competência judiciária e de 
inteligência). A proposta do deputado mineiro
 inclui até as guardas municipais com 
competência para açação de polícia em 
crimes de menor poder ofensivo. O 
presidente da OAB, Pedro Henrique Reynaldo, 
ratificou a acusação de "inconstitucionalidade" 
da PEC 431 ao extender a competência de fazer 
TCO às PMs, enquanto o procurador do 
MPF da 4ª Região, José Robalinho, definiu 
como "constitucional" a implantação do ciclo
completo de polícia. 

"A PEC 431 prevê o ciclo completo para todas as polícias sem mexer nas competências exclusivas de cada uma. Aquela que fizer o flagrante fica responsável por fechar o pacote: levar o procedimento até à Justuça. No município onde houver uma só polícia, ela passa a investigar também. Isso vai reduzir a parte cartoral da Polícia Civil. As guardas (municipais) têm estatuto desde 2013, estão consolidadas, podem fechar flagrante de crimes de menor poder ofensivo", esclarece os objetivos da PEC 431 o deputado Subtenente Gonzaga. O oficial militar defendeu, também, a desmilitarização das PMs: "Isso vai tira esse lado ruim que carregamos, que é o militarismo". 

O debate sobre a unificação das polícias e a realização do ciclo completo de polícia ocorre, no Congresso Nacional, através de seis PECs, três tratando do ciclo completo com polícia única e três do ciclo completo com cada polícia existindo independentemente. A PEC 431 é um apense (incorpora) às demais. 

“Para unificar, tem que desmilitarizar as PMs. Quem defende ciclo completo quer prender, denunciar e condenar. Somos contra o ciclo completo de polícia. É uma superposição de tarefas. Um cidadão preso (pela PM) seria levado a um quartel e não a uma delegacia. Quartel não é local para interrogar, nem cabe a militar interrogar civil”, rejeitou o dirigente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, Alan Cordeiro, sob vaia dos PMs.

“Vou resumir minha fala a 8 minutos, que é o tempo que a PM de Santa Catarina (que já faz o ciclo completo) leva para fazer um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Aqui, vocês levam 4 horas”, provocou sob vai dos civis o coronel da PMSC e presidente da Federação Nacional das Entidades de Oficiais Militares Estaduais, Marlon Jorge Teza. O ficial afirmou que as PMs "melhoraram" e stão hoje prepardas para lavrar TCOs em tempo muito mais rápido que nas delegacias de polícia. "Não faz sentido a PM prender e mandar para outra cuidar do caso. A PMSC, hoje, detém, faz a intimação (para ir a juiz) e requisita perícial em tempo médio de 15 minutos. Quem ganho foi a sociedade", argumento Teza. 

Integrantes da Frente Parlamentar da Segurança Pública da Assembleia de Pernambuco, os deputados Antônio Moraes (PSDB, delegado) e Joel da Harpa (PROS, policial da PMPE) apresentaram também posições antagônicas em relação à PEC 431, cada qual em defesa das suas corporações. "É imporrante saber se os policiais militares que estão nas ruas querem fazer o ciclo completo de polícia. Lamento se falar aqui em tortura. Isso tem em todas as instituições. Abordar isso não contribui para o debate sobre segurança pública, num momento muito difícil, em que estamos sendo vencidos pela violência", protestou Moraes. 

Em nome de todas as PMs do País, o coronel Franklin (PMPE) defendeu a competência para os policiais militares levarem TCOs e realizar o ciclo completo de polícia, mas gerou a irritação dos delegados e agentes de Polícia Civil por apontar "falhas" e criticar a atuação da corporação aque tem atribuição de Polícia Judiciária. "Antes de criticar o despreparo dos militares (para fazer o ciclo completo) é preciso falar do déficit de condições de trabalho nas delegacias. Nenhum quartel de PM foi apontado como local de tortura", disparou o coronel Franklin, numa ndireta aos delegados de polícia.

Em resposta, o presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Francisco Rodrigues, dirigiu-se aos praças das PMs saudando-os como "policiais que ainda são submetido ao regime de dureza dos quartéis" e atribuiu as dificuldades da segurança pública, no País, à falta de investimento público por parte dos governantes. "Há 50 anos os governos não investem nas duas polícias. Nós (policiais civis) somos competentes, nós não somos é valorizados. Aqui (no Estado), tem delegacia que preenche inquérito ainda no papel, o IML é um lixo, há delegacias que são um lixo. Ao querer fazer TCO, as PMs dão impressão de que não se orgulham do trabalho que fazem. No fim, a questão pe de falta de valorização das polícias", rebateu Rodrigues.

 Em nome da Polícia Rodoviária Federal, o policial e deputado estadual Eduíno Brito (PHS) defendeu a PEC do ciclo completo de polícia, assegurou que os policiais militares têm preparo para lavrar TCOs e pôs em dúvida a capacidade da Polícia Civil de responder às demandas da população. "Será que os TCOs não estão sendo subutilizados pelos delegados de polícia?", questionou.

O rebatimento veio de imediato pela representante dos delegados de polícia, Sílvia Renata Araújo, que indagou sobre a real intenção da PEC 431. "A proposta na PEC (431) das PMs dá impressão de que a solução para a segurança pública é simples. A questão é múltipla. Na verdade, essa proposta parece mais um projeto de poder das PMs. O que querem? Que o poder público volte a nomear delegados de polícia? Nós queremos é investimento em tecnologia para podermos investigar", contestou a dirigente da Associação Nacional de Delegados de Polícia Civil, Sílvia Renata.

"O ciclo completo de polícia vai ajudar na elucidação dos crimes. Quem ganha é sociedade", defendeu a PEC o dirigente da Federação Nacional dos Agentes da Polícia Federal, Alexandre Cavalcanti Ferreira, indo de encontro à posição dos delegados federais.

"Não estou vendo aqui as universidades, as entidades sociais, as bases das PMs e da Polícia Civil. Este é um debate de cúpulas. Há 60 mil homicídios por ano no País e fica-se discutindo vaidades. Será que os praças das PMs querem fazer TCOs? O que eles querem é a desmilitarização, que vai permitir que lutem por melhores salários", contestou cinclo completo de polícia para as PMs o presidnte do Sindicato dos Policias de Pernambuco (Simpol), Áureo Cisneiros.

O relato da PEC 431, deputado Raul Jungmann, informou que "não tem uma posição formada" sobre a polêmica aberta entre as polícias militares e civis. Repetiu que é "necessário buscar consensos, que sejam transferidos à sociedade que os repassará ao Congresso" para que a PEC seja aprovada. O deputado reconheceu que o entendimento está "muito difícil", mas ponderou que a PEC só irá à votação na CCJ em 2016.

"O consenso é muito difícil, mas está claro que não dá mais para adiar as reformas das políticas públicas em segurança pública. O atual modelo está vencido. É preciso que a Presidência da República e os governos estaduais não fujam desse debate. Temos hoje um quadro (de violência) que ameaça a democracia, estimula a cultura do medo e a subcultura da vingança. É a negação do Estado de Direito. A questão passa pela desmilitarização, o ciclo completo e a aplicação de recursos em segurança pública", antecipou a tendência de posição Jungman

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Mãos do preconceito e ódio alcançam filhos de Lula

Mãos do preconceito e ódio alcançam filhos de Lula', critica PT-SP


No dia seguinte a operação de busca e apreensão ao escritório da empresa de Luis Cláudio Lula da Silva, o PT de São Paulo saiu em defesa nesta terça-feira (27) do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que as "longas mãos do preconceito e do ódio" alcançam atualmente os filhos do petista.
Em nota, o presidente estadual do PT em São Paulo, Emídio de Souza, afirmou que a "caçada" ao petista começou antes da criação do PT, em 1980, e que voltou com "força descomunal nesse tempo de império do ódio".
Nesta terça-feira (27), a Polícia Federal deflagrou nova fase da Operação Zelotes, que investiga um esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), e realizou busca e apreensão na LFT Marketing Esportivo, empresa do filho do petista.
Em conversas com aliados, o ex-presidente reagiu com indignação à operação da Polícia Federal e responsabilizou a presidente Dilma Rousseff pela iniciativa.
"A caçada a Lula vem de antes do PT, prosseguiu quando criou o partido, aumentou quando resolveu disputar o poder, amainou-se durante os anos da presidência e voltou com força descomunal nesse tempo de império do ódio. As longas mãos do preconceito e do ódio contra Lula alcançam hoje todos os seus filhos e herdeiros. Seus filhos e herdeiros de sangue e seus filhos e herdeiros de sonhos e de projetos", disse o presidente estadual do partido.
Na mensagem, Emídio de Souza parabeniza o ex-presidente pelo aniversário de 70 anos, comemorado nesta terça-feira (27), e afirma que nunca um brasileiro foi "tão longe, tão perseguido, tão amado e tão incompreendido", como o petista.
Ele enumera ainda o que avalia como conquistas da administração do ex-presidente, como o combate à desigualdade social e a afirmação do Brasil no cenário internacional.
"Desejo que Lula tenha vida longa e muita saúde para continuar inspirando novas gerações de brasileiros a se desgarrarem do preconceito e construir um Brasil de braços largos e alma pura para abraçar todos os seus filhos", concluiu. 

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Lula's son suffers frame equal to that suffered by the former president in 2007 brother

Lula's son suffers frame equal to that suffered by the former president in 2007 brotherPosted by eduguim on 10/26/15 • Categorized the Report

On June 4, 2007, the Federal Police carried out a blatant search and seizure in Genival Inacio da Silva's house, the Vava, older brother of the then president, Luiz Inacio Lula da Silva. He had been indicted for influence peddling in the business and prestige exploration Brother in judiciary.

The action was part of Operation Checkmate, which held that day, 77 people accused of belonging to the mafia of slots and a corruption scheme of military and civilian police.
15 days later, on 19 June 2007, the prosecutor desindiciou - so to speak - the brother of the former president for lack of elements that bind to the case.
At the time, the journalist Elio Gaspari had published in his column in the newspaper Folha de S. Paulo and O Globo that "lynching" that the media was promoting against Lula's brother did not hold on facts, only on flimsy evidence and had intended to actually harm President Lula.
Check below to Gaspari column of June 17, 2007.

Remember, the justice minister at the time, was Tarso Genro, former governor of Rio Grande do Sul. As José Eduardo Cardozo today Genro and all other Ministers of Justice of the Lula and Dilma never hindered or tried to prevent any investigation even reached important figures in the PT.

Three and a little later, more precisely in the election year 2010, the Folha de São Paulo published an article that proves that Vava was the victim of a scam that was aimed at his brother.

On Monday (26), Brazil saw the frame equal to that Lula tried to hit through his brother eight years ago. The Federal Police unleashed another phase of Operation Zealots and made search and seizure in the company LFT Sports Marketing, which belongs to Claudio Luis Lula da Silva, son of former President Lula.

Earlier this month, the newspaper O Estado de São Paulo published an article that stated that one of the Luiz Cláudio companies, LFT Sports Marketing, received payments Mauro Marcondes, one of the lobbyists investigated for negotiating the issue and approval of the MP 471 during the Lula government.
The standard extended tax incentives for the automotive industry.
Luiz Cláudio, who also owns the Touchdown company, confirmed the receipt of R $ 2.4 million. Lula's son, however, maintained that the figures are for projects developed for Mauro Marcondes company, Marcondes and Mautoni Enterprises, in its "operating area," the sport.
But not only. Luiz Claudio tried to explain to Estadão that the indictment against him did not hold for various reasons detailed, but the newspaper refused to disclose it.
Faced with the strangest non Journal posture want to disclose this information, Luiz Cláudio is suing "civil and criminal" 'O Estado de S. Paulo'. "This matter is more an irresponsible attempt to criminalize the PT, Lula and persons linked to the former president," he criticized the federal deputy Paulo Pimenta (PT-RS).
In the text, the newspaper said the Marcondes & Mautoni Ventures would have paid the LFT Sports Marketing, Luis Claudio, for Lula to publish the provisional measure 471, 2009, offering tax benefits to automakers.
The figures cited, however, are part of a project commissioned and executed between 2014 and 2015, five years after the approval of the MP. "The amount received by the LFT Sports Marketing was recorded and declared legally," said the statement released to the press by Luis Claudio.
"The timeline destroys the main argument by making impossible the causal relationship of the facts," says the note. "It is a matter that does not hold. The facts were ignored in the preparation of matter and the simple knowledge of them would be enough to dismantle the factoid created, "said Pepper.
The deputy noted that the MP extended incentives that were created from a joint in 1999 by then-Senator Antonio Carlos Magalhães, to encourage the installation of auto plants in the North and Northeast regions.
"In 2009, the proposal was approved unanimously defended in Congress by Tasso Jereissati (PSDB-CE), José Agripino (DEM-RN) and with the rapporteur José Carlos Aleluia (DEM-BA)", he said.
The measure, according to Paulo Pimenta, was approved without amendments. "The PSDB leader of the initiative (Aloysio Nunes) reveals that all this part of a liar strategy that creates the idea of ​​an alleged irregularity", said the deputy.
"There is no logic, no sense in the journal charges. The MP was the country's interest, benefited states governed by the PSDB, as Goiás and reported by opposition parties, "countered pepper.
Luis Claudio, Lula's son, is owner of the company LFT Sports Marketing, which provides services only to the private sector. Amounts received for work performed for Marcondes & Mautoni declared in income tax.
"This information was made available to the press, which ignored to justify a spurious relationship that never existed," said Pepper. According to the parliamentarian, the matter is a "criminal factoid produced with party fund as part of a strategy for the political moment we are living."
However, just as with Lula's brother, the search in his office will come to nothing. It is even ridiculous to think they will find some evidence of horse-trading of a measure taken by Lula in 2009 under the global economic crisis that erupted at the end of last year.
Lula extended tax incentives for automakers as well as for many other sectors of the economy in 2009 in an attempt to prevent the country from falling into recession. His son Luiz Cláudio founded the LFT sports marketing company in 2011 and the contract with Mauro Marcondes company was closed in 2014.
The crazy thesis is that Lula issued a provisional measure in 2009 to benefit the child and the bribe that the benefit was paid no more and no less than FIVE YEARS. Has anyone ever seen this, bribes paid five years after the act of corruption?
Worst of all, the conduct of Estadão by refusing to report the matter to their readers. That's right, dear reader: the newspaper do not want your audience to know that the alleged "bribe" to Lula's son was only paid five years after the alleged act of the father to benefit car manufacturers.
This artillery against Lula, does not stop. Every single day there is a different charge.Nothing is proven, but the news helps to "substantiate" the antipetistas groups under shady financing of millions of dollars, mobilized people not to do anything more to life than attack the PT with demonstrations, giant puppets and expensive etc.
This Blog back to say, this kind of information you are reading should be disclosed on an international scale for the world to know the fascist conspiracy that is trying to bury Brazilian democracy and usher in an authoritarian regime in the country, with political persecution and even physical violence with the pump and beatings street attacks.

Ciclo completo: inverdades e omissões

Ciclo completo: inverdades e omissões 

Pecs: 430/2009 – 432/2009 – 321/2013 – 423/2014 – 431/2014

 Publicado por Jorge Luiz de Quadros -  Jus Brasil
 

A atividade das polícias civil e militar objetiva recompor a ordem social ferida pela ação violenta e criminosa de indivíduos que não se balizam pelos limites da legislação vigente. Portanto, qualquer proposta de modificação nas forças policiais brasileiras deve estar vinculada à melhora da prestação de serviço de segurança pública e nunca para capitalizar vantagens corporativas e pessoais para servidores de uma ou de outra corporação.

A afirmativa de que o "modelo atual de polícia está exaurido", repetida por especialistas, políticos, incautos e oficiais da polícia militar, tenta com a endrômina informação, induzir de que é necessário mudar o sistema duplo de polícia, porque ele seria causador de mais de 50 mil mortes por ano.
Para se afirmar ter havido o exaurimento do sistema de duas polícias, por cautela e honestidade, qualquer profissional deveria partir da realidade de um Brasil onde os governos estaduais e federal tivessem estruturado suas polícias, com todas as condições necessárias para atingir seus objetivos, atuando de forma conjunta e integrada. Não existindo esta realidade, como todos sabem que não existe, é impossível afirmar que o sistema de duas polícias se exauriu. 

É inverídico fazer esta afirmativa na situação atual, sendo que qualquer um conhece as condições precárias e comprometidas das estruturas policiais e das condições de trabalho de seus profissionais. Hoje submetidos ao ordenamento militar e hierárquico, sendo humilhados com "salários de fome" para enfrentar uma criminalidade que reage pela violência ou pela oferta de vantagens aos servidores. Delegacias fétidas e inadequadas para os trabalhadores e para o atendimento público, quartéis militares que mais parecem museus, onde uma casta é tratada como superiores. Policiais são formados em cursos de capacitação duvidosa, organização funcional de baixa eficiência, sem contar que na maioria dos municípios brasileiros inexistem delegacias, e onde têm sendo atendidas por um dois ou três policiais. 

A honestidade intelectual dos “aclamados especialistas”, inicialmente referidos, exigiria que ampliassem suas análises para descobrir qual o sistema que faliu. Se o sistema policial vigente ou o sistema de gestão política da segurança pública?

"Por uma nova arquitetura institucional da Segurança Pública", não passa de um nome pomposo para uma lorota. Para nada de novo, apenas um remanejamento pleiteado há décadas por oficiais da polícia militar que sempre mostraram interesse pela investigação e equivalência com a carreira de delegados de polícia. 

Onde está a nova arquitetura se a solução proposta é a velha polícia militar fechar o ciclo de constrangimento pelo uso da força para a eliminação do inimigo? Inimigo? Sim, qualquer cidadão "em atitude suspeita", ou jovens negros, pobres, miseráveis, ignorantes, abandonados ou criminosos é assim considerado. 

Com esta alegada incompetência da polícia civil em não conseguir elucidar a maioria dos crimes ocorridos, se faz necessário verificar porque a polícia ostensiva, que se diz competente, permite a ocorrência de tantos crimes? Onde está este policiamento que só consegue autuar em flagrante uma “meia dúzia” de criminosos, permitindo que mais de 99% dos crimes se consumam sem o policiamento que o evitaria? Não teríamos que também concluir que o policiamento ostensivo se exauriu?

Historicamente, os comandos da polícia militar se justificam pela falta de policiamento, principalmente em locais de grande incidência criminal, porque "não têm efetivos". E agora, com a "nova arquitetura", terá? Ou ela será moldada pela retirada de mais policiais militares da rua, para atividades burocráticas, aquartelando-os para se somarem aos que lá já estão, em percentual altíssimo, para atividades como guarda de prédio, cerimônia militar, garçom, secretário, motorista, assessor de Tribunal, prefeituras, governos e tantos outros? 

É possível afirmar, sem sombra de dúvidas, que metade dos policiais militares, principalmente oficiais, não atua na ostensividade, mas em funções fora da atividade policial, onde incorporam benefícios pessoais, poder e influência para pleitear mais vantagens corporativas.
Como então, com a defasagem de pessoal tão acentuada, poderá a polícia militar retirar ainda mais pessoal das atividades de rua para atender às necessidades e demandas para investigação e feitura de atos cartorários? 

Não importa aqui discutir se terão ou não competência para a investigação, e se essas ações terão a transparência necessária. O que precisa ser mostrado à população é que haverá total abandono dos serviços de policiamento de rua. 

O debate emergente que altere, inovando, a arquitetura da segurança pública é aquele que garanta ao Brasil uma polícia desmilitarizada, que não veja o cidadão como inimigo, menos violenta, mais transparente, com melhores condições de trabalho e pessoal suficiente para a execução das atividades de rua, evitando a ocorrência de crimes. 

Assim como manter uma polícia civil estruturada, organizada em carreira única, bem preparada, rígida no cumprimento da Lei e sem ultrapassar seus limites, transparente em seus atos e centrada na investigação criminal, onde os investigadores sejam mais bem valorizados do que aqueles que produzem extensos e burocráticos inquéritos. 

Nunca é demais reiterar que a prioridade da ação policial é evitar a ocorrência do crime. Concorrer para ver quem melhor elucida os crimes, deixando de lado a prevenção, é instituir o CICLO COMPLETO DA OMISSÃO, falta de compromisso com a cidadania.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

PEC 102/2011 EM MOVIMENTO

Ementa:
20/10/2015 MESA - MESA DO SENADO FEDERAL

20/10/2015 CCJ - Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
Situação: MATÉRIA COM A RELATORIA

20/10/2015 ATA-PLEN - SUBSECRETARIA DE ATA - PLENÁRIO

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Novo juiz da Lava Jato compara delação premiada a pau de arara dos tempos da ditadura

Novo juiz da Lava Jato compara delação premiada a pau de arara dos tempos da ditadura

DEPUTADO DEFENDE DESMILITARIZAÇÃO, UNIFICAÇÃO E CARREIRA ÚNICA NAS POLÍCIAS

delegado-waldir

19/10/2015 
Deputado tucano defende unificação das polícias civil e militar, carreira única e desmilitarização das polícias. Para ele o objetivo da segurança é o cidadão e não autoridades

O deputado federal Delegado Waldir (PSDB-GO) é defensor da proposta feita por seu colega de bancada, Celso Russomano, de São Paulo, de que as forças de segurança pública no Brasil sejam unificadas em uma só polícia com a consequente desmilitarização das polícias militares e um ataque frontal aos privilégios que existem hoje. “Será necessário combater todo tipo de corporativismo e olhar voltado para o próprio umbigo se quisermos superar os graves problemas que temos hoje e que afligem tanto os cidadãos”.
O deputado recordista de votos em Goiás é incisivo ao dizer que o modelo que está em vigor atualmente é ultrapassado e não soluciona a grande insegurança que aflige tanto os brasileiros. “Somente para atender situações de emergência temos telefones distintos, como para a PM e para a Polícia Civil. Quando se trata de investigar a situação é igualmente caótica, com falta de efetivos, de logística e de pessoal disponível e preparado para tal. É uma temeridade muito grande”.
O debate que está em pauta no Congresso Nacional, com base na proposta de emenda constitucional e que divide opiniões é a hora precisa para ser feita uma revisão completa no modelo de segurança pública que os brasileiros pretendem, considera Delegado Waldir. Para ele é necessário acabar com privilégios de delegados de polícia, seja civil ou federal, além de eliminar também os privilégios de oficiais das polícias militares que hoje sugam recursos imprescindíveis para a segurança pública.
“Não podemos permitir que vantagens e sentimentos corporativistas continuem a ser mais importantes que a segurança que precisa garantir aos cidadãos uma vida digna e sem sentimento de insegurança como o que assistimos hoje em dia”, frisa. O deputado quer que a discussão evolua sem as amarras de corporações que defendem suas conquistas em detrimento de quem paga a segurança: o cidadão.
Abandono
A sociedade é quem paga as instituições para garantir sua segurança, lembra o deputado. Por isto é essa mesma sociedade que precisa ser ouvida para que as definições sejam tomadas.  O deputado tucano lembra que as polícias militares afirmam em sua defesa que existem há mais de 150 anos. Por seu turno as polícias civis também alegam sobrevivência secular para manter seus privilégios.
“Precisamos lembrar que esse modelo que existe está superado e que não deu conta de manter a segurança, com uma criminalidade sempre crescente e que empareda as autoridades. As polícias precisam ser unificadas, sem o militarismo que preconiza uma escola para a guerra e que todos tenham condições de almejar evoluir na carreira sem que tenham de superar privilégios e castas que se julgam superiores a todos”, explica.
A discussão terá de evoluir para a definição no Congresso Nacional e que a última palavra seja dada pela população através de uma consulta popular. “Quem paga a estrutura do estado é o maior beneficiário e quem deve decidir em última instância”, finaliza.

sábado, 17 de outubro de 2015

Seleção de denúncias não é unanimidade no Ministério Público

PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE

Seleção de denúncias não é unanimidade no Ministério Público

Dos 6.001.372 inquéritos policiais que o Ministério Público nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal recebeu no ano passado, 720.804 resultaram no oferecimento de denúncias. Já no Ministério Público Federal, o número de investigações oriundas da polícia chegou a 486.558 no mesmo período. Desse total, 14.802 chegaram ao Poder Judiciário por meio de pedidos para a abertura de ações penais.
Os números são da pesquisa Ministério Público — Um Retrato, divulgado pelo Conselho Nacional do MP, e mostram que promotores e procuradores que atuam na área criminal, em ambos os ramos da instituição, têm sofrido com a excessiva carga de trabalho. Em razão disso, vem ganhando espaço internamente o debate sobre a possibilidade de se “escolher” o que levar ou não à Justiça.
A proposta foi defendida publicamente pelo procurador Andrey Borges, que integra a força-tarefa do MPF na operação “lava jato”, ao participar do XXI Congresso Nacional do MP, no último dia 7 de outubro, no Rio de Janeiro. Na ocasião, ele disse ser “inviável dar atenção aos casos relevantes, quando se está cheio de trabalho” e que não há “estrutura material para fazer a apuração de todos os casos”.
O procurador defendeu que o órgão faça melhor uso do princípio da oportunidade em vez do da obrigatoriedade, para poder dar mais atenção aos casos mais relevantes e com maior repercussão na sociedade, como os de corrupção. “É possível ver na própria Constituição uma pauta de valores. Então o MP, à luz dessa pauta, pode fazer determinadas escolhas. Na minha visão, o MP não está obrigado a processar todo e qualquer caso que não tenha a mínima repercussão ou no qual a culpabilidade seja muito pequena”, disse à ConJur, na ocasião.
A reportagem ouviu integrantes do MP e verificou que a proposta não é bem-vista por todos. A presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Norma Cavalcanti, disse que os promotores e procuradores só podem fazer o que a legislação autoriza.
“E hoje a legislação não nos autoriza [a fazer a seleção]. Lógico que tem casos de repercussão, como é o da "lava jato" e tantos outros. Temos mais de 30 mil ações por corrupção e improbidade nos estados, mas, pela legislação, temos que apurar tudo o que é incorreto e ilegal”, afirmou.
José Carlos Cosenzo, do MP de São Paulo e ex-presidente da Conamp, afirmou que a independência funcional não pode se sobrepor ao princípio da legalidade e que, se o Ministério Público começar a escolher o que deve ou não ser oferecido à Justiça, estará prevaricando.
“A partir do momento que eu começar a escolher quem processar, estarei praticando crime de prevaricação. Não posso fazer isso. A lei é bem clara: temos independência funcional. Então, se entendemos que não é caso de denunciar, mas de arquivar ou requisitar uma diligência, é uma coisa. Mas se entendemos que é um crime e não denunciamos, estaremos praticando prevaricação. O princípio da obrigatoriedade não é mitigável. Esse é um pensamento contrário ao espírito institucional”, ressaltou.
Lauro Machado Nogueira, procurador-geral de Justiça de Goiás e presidente do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e da União, destacou que a Lei 9.099/1995, que trata dos juizados especiais cíveis e criminais, já deu alguns passos a fim de acabar com o excesso na máquina judiciária decorrentes dos crimes de menor potencial ofensivo.
A demanda ainda continua em alta, mas, para o procurador, a Constituição impõe que o MP é o titular da ação penal e que a instituição não pode renunciar a isso. “A Constituição impõe que o MP é o titular da ação penal, não o titular de algumas ações penais”, ressaltou.
Nogueira explicou que os MPs dos estados contam com os Gaecos, grupos especializados que atuam em grandes investigações, geralmente que envolvem crimes contra a administração pública, e que essas unidades têm ajudado a fortalecer a atuação da instituição contra os crimes mais graves.
“Não tem isso no MPF, mas, no que tange aos demais crimes, eu tenho como sugestão para se cumprir o princípio da obrigatoriedade talvez ampliar um pouco o alcance do instituto da transação penal nos juizados especiais criminais, caso isso seja identificado como sendo de total necessidade. Mas a escolha de trabalho não cabe ao MP. Entendo que o MP não pode renunciar à Constituição, que diz o MP é o titular exclusivo da ação penal. Temos que melhorar nossa atuação, mas não abrindo mão disso”, afirmou.
'Seletividade já existe'
Para o promotor André Melo, de Araguari (MG), o termo “seletividade” gera certo preconceito internamente, mas na prática já ocorre. Nesse sentido, ele destacou o dado apresentado no congresso por Andrey Borges de que apenas uma em cada dez ocorrências por roubo em São Paulo resulta na abertura de inquérito. “Na verdade, a seletividade já existe e é feita pela polícia, sem marco regulatório e sem controle algum.”
Segundo Melo, a linha mais garantista do MP acha a proposta abusiva, enquanto a linha do funcionalismo defende a escolha como política criminal de prioridade. De acordo com ele, com base na experiência de muitos países que passaram, a partir da década de 1990, a permitir que o MP deixe de processar delitos de pequeno e médio porte cometidos sem violência. Algumas nações nem sequer exigem o acordo penal nesses casos, outros transformaram os pequenos furtos em uma ação condicionada à representação da vítima ou em ação penal privada.
“A seletividade [oportunidade da ação penal, em vez de obrigatoriedade] permite uma racionalização e evita o absurdo que há no Brasil, onde se gasta uma fortuna para processar e onde, ao fim, se criam meios para flexibilizar a execução penal e até perdoar o condenado”, ressaltou.
Para o procurador Deltan Dallagnol, que também atua na operação “lava jato”, a seleção visa a eficiência no combate ao crime. “Quando se fala de seletividade, na verdade se fala de eficiência. Esse é um critério de discricionariedade que existe em diversos países do mundo, como os Estados Unidos. E não se está falando aqui de escolher entre casos que sejam semelhantes, mas sim de escolher entre uma corrupção na Petrobras e o preço e orçamento de dez casos de moeda falsa, cada um deles de R$ 50. O que a sociedade espera que eu faça? No que a sociedade espera que eu invista o meu tempo? Que eu invista meu tempo processando 100, 200 ou 500 casos envolvendo falsificação de dinheiro de R$ 10 ou invista em um caso que investiga uma corrupção de R$ 10 milhões?”, argumentou.
Na avaliação dele, a investigação deve ser escolhida de acordo com critérios de prioridade, partindo do pressuposto do que a sociedade espera e do que a Constituição preconiza. “Não temos dúvida de que é impossível fazer tudo. Se não é possível fazer tudo bem-feito, temos que selecionar o que vai ser feito, de acordo com critérios constitucionais legais e atendendo a sociedade”, destacou. 


 é correspondente da ConJur no Rio de Janeiro.