sábado, 23 de abril de 2016

O mundo inteiro denuncia o golpe

O mundo inteiro denuncia

 o golpe

Quem executa o golpe não são os militares, mas um 

condomínio integrado pela mídia, pelo judiciário, e 

sacramentado por uma 'assembléia de bandidos'.

Jeferson Miola
Roberto Stuckert Filho/ PR
A democracia brasileira está ameaçada de um golpe de
Estado.
impeachment da Presidente Dilma Rousseff, segundo
imprensa internacional, foi aprovado por “uma assembléia 
de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha 
fazendo a destituição de uma Presidente sem qualquer base jurídica 
nem constitucional”.
O impeachment está numa etapa avançada: o Senado
Federal deverá decidir, dentro de poucas semanas, se 
continua ou se arquiva o processo aprovado na 
assembléia de bandidos”. Caso o Senado prossiga o processo, 
a Presidente Dilma, que foi eleita para governar o Brasil 
até 31 de dezembro de 2018, será afastada por até 180 
dias até a decisão final. Na prática, porém, praticamente 
equivale à sua destituição.
Se isso acontecer, em lugar da Presidente eleita com os
votos de 54.501.118 brasileiros/as, assume o cargo 
Michel Temer, um vice-presidente ilegítimo e
conspirador, um político sem nenhum voto popular que
chefiou a concepção, a preparação e a  execução do golpe.
Hoje, concatenando-se os acontecimentos dos últimos
16 meses, é possível reconhecer o papel ativo de Temer 
na trama golpista. Como presidente do PMDB, ele 
sempre estimulou a dubiedade do Partido, dividindo-o 
no apoio ao governo.
Temer traiu a confiança da Presidente Dilma no governo. 
Ao invés de fazer de verdade a articulação política, 
sabotou  e enfraqueceu o governo, minou a estrutura e 
os postos-chave com conspiradores e, terminado o serviço 
que lhe interessava, jogou tudo às favas e saiu dizendo 
que “o Brasil precisa de alguém [ou seja, ele mesmo] que tenha 
a capacidade de reunificar a todos” [em 4 de agosto de 2015].
Temer nunca enfrentou o “bandido chamado Eduardo Cunha”,
como se esperaria de alguém comprometido com a defe-
sa dos interesses do governo e do país ameaçados pelas
pautas-bomba do presidente da Câmara.  Ao contrário
disso, hoje as evidências permitem concluir que ele e
Cunha são sócios da empreitada golpista desde o início.
 O espetáculo deplorável da “assembléia de bandidos” de 17
de abril de 2016 impactou o mundo, e cristalizou a
percepção de que o impeachment aprovado por 367 
bandidos” é uma violência contra a Constituição e o
Estado Democrático de Direito.
 Como o Brasil ofereceu este espetáculo deplorável ao
mundo? Essa pergunta só pode ser respondida se
anotado o papel determinante e fundamental da Rede 
Globo – secundada por outras empresas da mídia –
e de setores do Judiciário, Ministério Público e Polícia 
Federal.
 O mundo inteiro está convencido de que há um golpe
em curso no Brasil. Nessa guerra pela verdade, como
não contam com uma Rede Globo mundial, os golpistas
estão perdendo.
 E estão perdendo de goleada: The Economist, Guardian,
El país, Le monde, Financial Times, Reuters dizem que
é golpe; Wall Street Journal, Washington Post, El País,
Le Parisien, Irish Times, New York Times, Pravda,
Granma também dizem que é golpe; La Nación, Ladiaria,
El observador, Clarín dizem o mesmo; Al Jazeera, Fox
News Latina, CNN etc etc dizem o mesmo: é um golpe
de Estado.
 Apesar da percepção do mundo inteiro de que está
em andamento um golpe de Estado, só no Brasil tem
um punhado de gente que insiste no contrário: Temer,
Cunha, Bolsonaro, Aécio, FHC, Gilmar Mendes, Celso
de Mello, Dias Toffoli, FIESP, Globo e os sócios golpistas.
 O sofisma mais recente dos golpistas para sustentar a
aparência de “normalidade institucional” é que Temer
está substituindo normalmente a Presidente Dilma,
que retornará ao cargo depois do retorno da viagem a
Nova York para a reunião da ONU sobre clima.
 Os golpistas aproveitam esta substituição eventual
como fachada para a propaganda e o discurso mentiroso
da “normalidade institucional”. O epílogo do golpe,
todavia, se dará com o seqüestro da cadeira da Dilma
ao fim do julgamento de exceção no Senado – que,
tudo indica, a Casa será uma sucursal golpista, um
puxadinho da “assembléia de bandidos”.
 O impeachment jurídico-midiático-parlamentar é o golpe
de novo tipo do século 21, é um golpe diferente daquele
clássico que a Globo e a UDN de então – hoje PMDB,
PSDB, DEM, PPS, PTB, PP – desferiram em 1964,
com a deposição e exílio do Presidente Jango.
 No golpe de Estado do século 21 quem executa não
são os militares, mas um condomínio integrado pela
mídia, judiciário, ministério público e sacramentado
por uma “assembléia de bandidos”. Nesta nova modalidade
golpista, o rito é parte essencial das aparências – mas o
mundo inteiro não acredita nesta farsa.

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