31/10/2010 11h34 - Atualizado em 31/10/2010 12h19
"Quem tem de fazer prova é quem está pedindo para ele fazer prova", disse.
Para presidente, justiça eleitoral deveria ter apontado falha antes da eleição.
Roney Domingos
Do G1 SP
Depois de votar em São Bernardo do Campo, no ABC, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva, o humorista Tiririca. Ele foi eleito com 1,3 milhão de votos, mas responde a uma ação na Justiça Eleitoral para provar que sua declaração de escolaridade é verdadeira. Para o presidente, 'Tiririca é a cara da sociedade' e a Justiça Eleitoral deveria ter apontado a falha antes de ele ser candidato.
"O Tiririca é a cara da sociedade. Acho uma cretinice o que estão tentando fazer com o Tiririca. Estão desrespeitando 1,5 milhão de pessoas que votaram nele. Então, que não deixassem ele ser candidato. Acho que tem de fazer prova é quem está pedindo para ele fazer prova", disse Lula.
Lula vota e descarta participar de eventual governo DilmaTiririca pode ter que passar por prova de leitura e ditado, diz procuradoriaQuestionado sobre o impasse em torno da lei da Ficha Limpa, Lula afirmou que é um erro dos políticos permitir que a questão política seja resolvida no Judiciário. "Todo mundo sabe das críticas que eu tenho feito à legislação elaborada no Congresso Nacional, que devia deixar o mínimo para resolver no Judiciário. Acho que a Ficha Limpa tem um problema que nem a Suprema Corte está coesa. Acho que os senadores de deputados tem uma parcela de responsabilidade nisso", afirmou.
O presidente também afirmou que a discussão sobre o aborto, durante o segundo turno, foi uma tentativa de politizar a religião e disseminar ódio e preconceito. "Acho que tem uma coisa grave que é tentar politizar a religião. Ontem vi a tentativa de explorar a fala do Papa contra o aborto contra a Dilma. Primeiro que a Igreja é contra o aborto desde que ela existe. Não tem nenhuma novidade. A única novidade era se o Papa defendesse o aborto", disse.
Lula diz que os partidos devem fazer uma reflexão sobre os fatos da campanha. "Acho que é uma coisa delicada o que aconteceu nessa campanha, a disseminação do ódio e do preconceito. Em política, isso é muito grave. Terminada a eleições, os partidos devem fazer uma reflexão do que aconteceu. Acho que as igrejas vão ter de pensar o seu papel. Porque acho que muita gente usou e abusou do direito de vender inverdades, coisa que não é correta", disse.
O Tiririca é a cara da sociedade. Acho uma cretinice o que estão tentando fazer com o Tiririca. Estão desrespeitando 1,5 milhão de pessoas que votaram nele. Então, que não deixassem ele ser candidato. Acho que tem de fazer prova é quem está pedindo para ele fazer prova"Luiz Inácio Lula da SilvaFora do governo
O presidente descartou a possibilidade de participar de um eventual governo da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. “Não existe nenhuma possibilidade de um ex-presidente participar de um governo. A Dilma, eleita, precisa construir um governo que seja a cara dela. A um ex-presidente, só cabe torcer para que ela faça mais do que eu fiz”, afirmou, em entrevista coletiva após votar no colégio João Firmino Correia de Araújo, em São Bernardo do Campo. Num outro momento, no entanto, ele disse que é “companheiro” da petista e que irá “conversar com ela”.
Lula também criticou o candidato do PSDB, José Serra, afirmando que campanha do tucano teve “agressividade” e que o ex-governador de São Paulo sairá “menor” da disputa. “Essa campanha foi muito mais violenta de uma parte à outra. Sinceramente, acho que o candidato Serra sai menor dessa campanha porque a agressividade deles à companheira Dilma Rousseff é uma coisa que eu imaginava que já tivesse terminado na política brasileira”, disse.
O presidente votou ao lado da primeira-dama, Marisa Letícia, do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e dos senadores Aloizio Mercadante (PT) e Eduardo Suplicy (PT). A votação ocorreu em clima de tranqüilidade. Lula foi aplaudido por eleitores que estavam no local e distribuiu abraços e autógrafos.
'Governo republicano'
Lula também defendeu um “governo republicano” que não discrimine governadores e prefeitos de partidos de oposição. “Quando vou tratar com governador, não quero saber de que partido é o governador, de que partido é o prefeito, eu quero saber é que aquela pessoa representa uma comunidade e tenho que tratar com o mesmo respeito com quem pertence ao meu partido ou a algum partido aliado”.
Em seguida, afirmou que Dilma seguirá essa mesma linha, se for eleita. “A Dilma sabe disso, aprendeu isso. Eu não tenho dúvida nenhuma de que ela vai fazer um grande governo para este país”, disse.
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