sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Dilma diz que tentaram "criar conflito com uma bolinha de papel"

21 de outubro de 2010 • 22h54 • atualizado em 22 de outubro de 2010 às 09h49

A candidata petista afirmou ainda que aqueles que dizem que vão dar continuidade ao governo de Lula "mentem"


















Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação

Daniel Favero

Direto de Caxias do Sul

A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, disse que tentaram "criar conflito com uma bolinha de papel" durante comício em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, na noite desta quinta-feira (21). "Tentaram transformar uma bolinha de papel em uma arma maligna", disse a petista sem saber que os veículos de comunicação exibiam nesta noite outra cena na qual o candidato do PSDB, José Serra, também é atingido por outro objeto durante caminhada no Rio de Janeiro na quarta (20).


Segunda Dilma, o episódio foi semelhante ao protagonizado pelo ex-goleiro da seleção chilena de futebol Roberto Rojas que se feriu com uma gilete para criar conflito. Dilma também fez referência às bexigas cheias de água que foram jogadas contra ela do alto de um prédio durante uma carreata no Paraná. "Não converso com bola d'água, eu me esquivo. Vamos derrotar o ódio."

A candidata petista afirmou ainda que aqueles que dizem que vão dar continuidade ao governo de Lula "mentem". "Vou ser eleita graças a Deus", afirmou Dilma. Todos os correligionários que discursaram durante o comício abordaram os temas preconceito e religião, que seriam usados pelos adversários para, segundo eles, tumultuar a campanha.

Dilma afirmou que o governo de Lula foi o que mais investiu no Estado do Rio Grande do Sul e comentou os dados divulgados pelo IBGE de que "o Brasil chegou à menor taxa de desemprego da história". Ela afirmou ainda que no governo de Fernando Henrique Cardoso, cujo modelo é seguido por Serra, houve "estagnação e desemprego. Diziam que a culpa pelo desemprego era do trabalhador e não do governo. A culpa é do governo".

Ao lado de Dilma no palanque, o governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, reafirmou o compromisso de campanha de que vai extinguir a cobrança de pedágios nas estradas gaúchas. "Não vou renovar os contratos porque a Dilma me garantiu o compromisso com o Estado", disse. Pouco antes de subir ao palanque, Tarso cumprimentou o público presente de mais de 15 mil pessoas, segundo a organização, e disse que haverá um "maremoto de votos para Dilma, que vai chegar a 60%".

Os temas mais abordados pelos políticos que faziam parte do palanque de Dilma foram o preconceito, a religião, o racismo e o machismo. O senador petista Paulo Paim disse que o Rio Grande do Sul era apontado como um Estado racista, mas foi o único que elegeu um senador negro e metalúrgico, ao falar de sua campanha. O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), disse que os adversários de Dilma fizeram uma "guerra santa", comparando o cenário da discussão religiosa que tomou a campanha à inquisição na Europa.

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