segunda-feira, 15 de novembro de 2010

LUTA OU OPORTUNISMO?

Em consulta ao dicionarioweb, as palavras lutar e oportunismo são conceituadas da seguinte forma:

Lutar - Combater corpo a corpo;
- Disputar uma vitória em reação a outrem;
- Esforçar-se por vencer um obstáculo, por atingir um fim: lutar contra a tempestade, lutar por uma posição.
- Combater.

Oportunismo - Atitude daqueles que preferem contemporizar, para atingir um fim, aproveitando-se das circunstâncias oportunas.
- Sistema ou prática política, que consiste em aproveitar-se das circunstâncias ou acomodar-se a elas para tirar proveito.

Pois bem, o Rio Grande do Norte inteiro conhece a luta do SINPOL/RN, em prol de melhores dias para a instituição Policial Civil, sobretudo, nos últimos onze anos. Em 2009 o Sindicato iniciou uma campanha de reestruturação da Polícia Civil que culminou com audiências públicas na Assembléia Legislativa do RN e Câmara Municipal de Natal. Foram meses de trabalho para elaboração de um documento, que registrasse a tamanha incompetência gestora, que resultou na desconstrução da Instituição ao longo dos anos. Ao final de seis meses de labuta estava exposto os “intestinos” da Polícia Civil do RN.


O resultado final da peregrinação da diretoria do Sindicato por todo o Estado, em busca da verdadeira situação das delegacias de polícia mostrou-se na forma de uma chaga podre causada pela inaptidão de sucessivas gestões dos delegados, nos diversos setores administrativos da Polícia Civil. A cruel realidade apresentada pelo SINPOL/RN, foi causa de indignação em todos os segmentos da sociedade, sem que nenhum desses “doutores” tenham se comprometido em participar, ajudar e/ou apresentar uma proposta saudável para cicatrização dessa úlcera provocada por eles, que deixou a Instituição gravemente doente, agonizante. O SINPOL/RN sempre lutou sozinho!

A incompetência da “casta dirigente” é tanta, que até para conquistas remuneratória esperam a elaboração de planilhas criadas pelo SINPOL e, como parasitas tiram proveito da luta dos policiais para se locupletarem, muito embora, na maior cara-de-pau, se apresentem como lutadores. A Lei 417/2010, que reestruturou o Plano de Cargos e Carreira com o reenquadramento, é um caso específico elaborado pelo Sindicato e usurpado pelos delegados.

No entanto, a surpresa é maior quando aparece no site da Adepol-RN, a presidente em exercício falando sobre mobilização de delegados em todo o processo. Que processo? Esses senhores caíram de para-quedas na mesa de negociação conquistada pela luta dos Agentes e Escrivães, trazidos pelo Secretário de Segurança, sob o pretexto de discutir o plano de reestruturação e retirada de presos das delegacias – o que eles trabalharam contra. Na verdade, os dirigentes da Adepol compareciam as reuniões desesperados de curiosidade. Desejavam a todo custo descobrir o Plano de Cargos elaborado pelo Sindicato, posto que, envolveria aumento salarial e, isto sim, era a única coisa para eles que importava. Ávidos por mais dinheiro nos gordos contra-cheques e transbordando de ganância, permaneceram nas negociações do SINPOL até o último instante, quando foi apresentado e negociado os valores dos salários dos Agentes e Escrivães com o Governo, oportunidade esta, em que obtiveram uma cópia do projeto criado pelo Sindicato.

Dessa forma, depois de várias mobilizações e greves da categoria (Agentes e Escrivães), o SINPOL/RN fechou acordo com o Governo do Estado, passando o vencimento inicial do policial de R$ 2.500,13 para R$ 3.086.00 reais, além do reenquadramento nas Classes, o que corrigiria uma distorção histórica no quadro de promoção funcional, que atingia policiais que já estavam há dezesseis anos sem serem promovidos, bem como, a criação de um sistema de progressão horizontal nos Níveis, o que somente ocorreria com a qualificação do policial aliada ao seu tempo de serviço.

No dia 25 de março de 2010, um dia após os “doutores” tomarem conhecimento dos valores negociado para os policiais, a diretoria do Sindicato apresentava para a categoria toda a pauta já negociada, quando por volta das 15 horas, o secretário adjunto do Gabinete Civil ligou para a Presidente do SINPOL avisando que o Governo não poderia mais cumprir com o acordo firmado com a categoria devido ao fato de uma proposta ter sido apresentada pelos delegados, ou seja, em cima da hora, os “doutores” exigiram que a pauta do SINPOL fosse estendida em benefício deles, o que elevaria o salário dos mesmos para mais de R$ 23.000,00 reais. Uma quantia exorbitante e imoral, sobretudo pela qualidade do serviço prestado por esses senhores a sociedade potiguar. Dessa forma, a reivindicação onerosa dos “doutores” foi sabiamente rechaçada pela então Governadora Wilma de Faria, que em reunião futura com o SINPOL se manifestaria com indignação diante da ambiciosa proposta.

Mesmo assim, os delegados se aproveitando da luta dos Agentes e Escrivães conseguiram abocanhar parte da verba já negociada para o salário dos policiais, que de R$ 3.086,00 baixou para R$ 2.777,93 reais, enquanto o deles elevou-se para mais de R$ 17.000,00 reais.

Então se manifesta a delegada no site da Adepol: “O que conquistamos é fruto de muita luta e participação dos colegas que acreditaram na nossa força e na importância do nosso trabalho”.

A colocação chega a ser risível, muito embora seja trágico para a sociedade, que é quem paga o “pato”. A conquista desses senhores, na verdade, foi fruto da luta dos trabalhadores que elaboraram a proposta, que brigaram diuturnamente, que fizeram greve e acamparam na Governadoria, que pararam o interior, que fizeram apitaço, carreata pelas ruas da capital, que conquistaram o apoio da sociedade e de lideranças políticas, até que forçadamente a Governadora finalmente cedeu. Quanto a força e a importância do trabalho dessas pessoas, mais uma vez elas se utilizam de artifícios na mídia para ludibriar a opinião pública, haja vista a população desconhecer a realidade nos bastidores, sobretudo nas delegacias dos bairros periféricos e interior do Estado, onde a prestação de serviço por parte da grande maioria dos delegados deixa muito a desejar.

Por fim, é do conhecimento de todos dentro da Polícia Civil do RN, que em qualquer delegacia onde tenha um bom Chefe de Investigação e um bom Chefe de Cartório a pessoa do delegado torna-se figurativa, muito embora, todo o serviço da DP seja feito pela equipe, o delegado como gestor da unidade policial sempre encontra um jeito de ficar com o mérito pelo desempenho. Todavia, enquanto o cidadão é iludido por entrevistas teatrais por essa casta, os policiais não se deixam enganar e sabem que quem tem força é o SINPOL composto por seus filiados (Agentes e Escrivães), que verdadeiramente, são os únicos que se importam com a Instituição e lutam para defendê-la.

Afinal, de quem é o mérito pela vitória dos policiais?

A resposta vem na eloqüente frase de um dos maiores juristas do século XIX, o alemão Rudolf Von Ihering, quando disse:

“A vida e a liberdade, só a merece aqueles que sem cessar tem que conquistá-la”.

Com indignação - SINPOL/RN

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