CONSTRANGIMENTO E ARROGÂNCIA

Jamais poderia imaginar que passaria por um constrangimento tamanho, ao ponto de ser colocado prá fora do Congresso da Fenapef – Federação Nacional dos Policiais Federal, realizado em Brasília - DF, da forma como aconteceu.

A indignação maior se dá ao fato de que o SINPOL-DF foi convidado, onde fui designado a representá-lo, devidamente credenciado com direito a voz, participei da abertura e de todos os painéis. Mas pasmem!! No dia seguinte, no processo de discussões, nas oficinas, fui surpreendido e retirado abruptamente, de forma extremamente constrangedora e desrespeitosa, com o argumento explícito e público, de que não poderia participar do congresso, uma vez que estariam debatendo assuntos, exclusivamente, de interesses dos Policiais Federais. Entenderia, a necessidade de retirar-me do local, se tivesse sido convidado com respeito e discrição, pois que naquele momento, as deliberações estariam sendo, estritamente voltadas ao interesse da categoria.


Esta posição arrogante dos Policiais Federais (Fenapef), representado na ocasião pelo seu Presidente, demonstra o quanto estão despreparados os atuais dirigentes sindicais da instituição, talvez aqueles que cometeram esta indelicadeza não tenham conhecimento dos laços que unem PCDF e PF. E que dentro de uma idéia comum de segurança pública, é preciso que os integrantes das entidades, bem como os policiais estejam abertos a trabalhar em parceria com outras forças. Ressalto ainda, que no processo de segurança pública devemos valorizar todos os segmentos e com essa mentalidade quem ganha é a sociedade. Estas atitudes constrangedoras não constroem nada, apenas mostra o quanto são arrogantes e acham que são os donos da verdade, donos das verdades são aqueles que sabem construir o consenso sem serem indelicados, desrespeitosos, constrangedores, e acima de tudo desrespeitando uma pessoa que poucas horas antes, tinha sido convidado e estava sendo expulsa pelos mesmos.

Lamentável que tais atitudes partam de pessoas que lidam diariamente com o ser humano comum, se neste episódio, a pessoa desrespeitada, tratada com indelicadeza, constrangida é um Policial Civil do Distrito Federal, naquela ocasião representando seus companheiros de todo o Distrito Federal, e ainda, representante da Federação que em sua base territorial congrega 09 estados. Como será o tratamento dispensado aos que procuram socorro quando necessitam de ajuda, quando precisam ser compreendidos? Com certeza, o atendimento será diferente, ou não?!

Nunca imaginei que aos meus 62 anos, depois anos de luta, debates, incompreensões diversas, fosse passar por isso no seio de uma Entidade que julgo ser séria, composta de pessoas sérias, dirigidas com competência e austeridade, tivesse pessoas capazes de ações tão mesquinhas e desabonadoras de suas atitudes.

ERNANI LUCENA

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