sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

O FIM DO POLITICAMENTE CORRETO

Sobre o “discurso de ideologia de gênero” e o “fim do politicamente correto” (por Suelen Aires Gonçalves)

A cada 90 minutos temos uma “princesa” sendo morta por um “príncipe”. Foto| Elza Fiúza/Agência Brasil
Suelen Aires Gonçalves (*)
Atenção,
Estamos nas primeiras horas do governo fraudulento de Jair Messias Bolsonaro e seu governo e ministros já mostram a verdadeira face da sua política.
Eu, como cidadã e pesquisadora me sinto constrangida em ouvir pelas “Bocas de Matilde” um conceito tão caro para nós: GÊNERO. Não existe ideologia mais trágica do que a da promoção da ignorância, o discurso de “ideologia de gênero” e “o fim do politicamente correto” nada mais é de que legitimar:
– 62.000 vítimas de homicídio no Brasil.[1]
O meio utilizado para ceifar inúmeras vidas é a arma de fogo.
De cada 10 vítimas, sete foram mortas por arma de fogo [2], em 2016.
Que a cada 45 minutos temos uma “princesa” sendo estuprada por um “príncipe”. E/ou um “príncipe” sendo estuprado por outro “príncipe”.[3]
Existem duas fontes principais de dados de estupro no Brasil: os registrados nas polícias.
Enquanto a polícia registrou 49,5 mil estupros em 2016, a saúde contabilizou 22,9 mil.
Sobre seus autores, ou melhor, os “príncipes”, na sua maior parte, por amigos ou conhecidos (30%) e pai ou padrasto (24%). Apenas 9% são abusadores desconhecidos.
Que a cada 90 minutos temos uma “princesa” sendo morta por um “príncipe”.[4]
São 4.473 homicídios contra mulheres em 2017, um aumento de 6,5% em relação a 2016. Isso significa que uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil.
Que a cada 23 minutos temos a morte da juventude negra e periférica.[5]
A maior parte das pessoas assassinadas no Brasil é jovem.
Das 62 mil vítimas de homicídio, 33,6 mil tinham entre 15 e 29 anos – na grande maioria, homens.
A morte da população LGBT no Brasil, somos o país onde mais se assassina homossexuais no mundo.[6]
Promoção da ignorância, NÃO!
(*) Socióloga
Notas
[4] Dados sobre Feminicídio no Brasil.
[6] Sobre informações de mortes de LGBT´s no Brasil.
§§§
As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.

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