‘Vaza Jato’: ainda pelas beiradas
No final de semana, da madrugada de sábado – com as conversas dos procuradores inatisfeitos com o fato de Sérgio Moro aceitar o cargo de ministro do governo Bolsonaro – à manhã de domingo, quando a Folha publicou os diálogos da estranha e “providencial” mudança do depoimento do empresário Léo Pinheiro, elemento decisivo e único de “prova” da suposta culpa do ex-presidente Lula, a ‘Vaza Jato” avançou significativamente, sem esquecer do inaceitável pedido de Deltan Dallagnol sore uma operação de busca e apreensão “simbólica” contra o senador eleito Jaques Wagner, coordenador da campanha de Fernando Haddad, a poucos dias do segundo turno da eleição presidencial.
Mas a impressão que tenho é de que apenas começou a tomar velocidade um processo de revelações que nem de perto chegou a seu ápice.
O próprio Glenn Greenwald se refere, em seus tuítes, ao fato de que a a revista Veja publicará “em breve” material inédito.
Ainda não se chegou, seguer, à fase dos áudios e vídeos que o The Intercept diz ter.
Em outros grandes escândalos políticos, sempre surgiram primeiro os indícios, as suspeitas, as acusações olimpicamente negadas, para depois aparecerem os fatos e personagens irrefutáveis.
Neste, esta não é apenas a mesma dinâmica, é uma estretégia diante do “campo de força” que se ergueu em torno de Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e toda a Lava Jato.
Nestes 20 dias de “Vaza Jato” já é possível perceber o quanto ele se enfraqueceu nos seus dois principais elementos de blindagem: a mídia e o Judiciário.
Mas ainda levará algum tempo para que se reúnam as condições de fazer o que já é uma verdade fática ser aceito, também, como verdade política e, sobretudo, como verdade jurídica.
O silêncio e as alegações de fraude nos diálogos já se tornaram insuficientes para manter a credibilidade dos grupos conspiradores. Mas ainda está longe de que se acendam todas as luzes sobre o processo obscuro que levou nosso país à situação impensável em que estamos.
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