Ameaças aos servidores
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Qui, 27 de Maio de 2010 09:25
Vilson Antonio Romero*
Não aderindo à prática catastrofista, mas fazendo um alerta sobre possíveis ameaças, o cenário pós-eleitoral se prenuncia amedrontador para o conjunto dos servidores públicos brasileiros, em especial, os vinculados ao Poder Executivo da União.
Sem querer parecer o profeta do apocalipse ou arauto do caos, o que ocorrerá após a abertura das urnas, como tem acontecido nos inícios de mandato da era pós-ditadura, será a busca da arrumação econômico-financeira da casa chamada Brasil.
Os novos governantes, sejam pseudo-progressistas ou neoliberais ou centro-esquerdistas, como preferirem, devem intentar manobras ou apresentar novas regras de contenção do gasto público. Assim o fizeram ou tentaram Collor, FHC e Lula, com maior ou menor profundidade.
As primeiras medidas sempre anunciadas disseram e, sem sombra de dúvidas, dirão respeito às contas das aposentadorias do INSS e da folha de pagamento dos servidores, além da eternamente anunciada reforma tributária. Nestas sempre são anunciadas providências restritivas, com cortes, congelamentos, supressão de direitos, etc.
As manchetes já dão uma sinalização clara do que virá. "Lula deixará déficit recorde na previdência de servidor" (Folha de S.Paulo, 9 de maio de 2010). "PMDB cobra de Dilma regra rígida para aposentadoria" (mesmo jornal, em 17 de maio).
Alardes semelhantes envolvendo o "rombo do INSS" e o gasto com pessoal da União têm sido e serão divulgados em outros jornais, com certeza, no espaço de tempo entre a campanha, a eleição e a posse dos ungidos pelas urnas.
Outra notícia: "Estudo critica estrutura do funcionalismo no Brasil (Zero Hora, 21 de maio de 2010)". A matéria tem como subtítulo: "Levantamento aponta que custo dos servidores do país é superior à média".
O conjunto da obra, em especial a jornalística, não é sinal de tempos calmos para os barnabés nacionais. Suas entidades de classe, sindicais e associativas, devem se prevenir contra os ataques que serão deflagrados na campanha eleitoral, com desiderato no novo governo.
Poucos lembrarão que o funcionalismo é a mola mestra do serviço público, a ponta do atendimento do Estado provedor e assistente.
E que sem estes cidadãos, atrás de guichês e escrivaninhas, trabalhando motivados, incentivados, valorizados, a qualidade do serviço prestado à sociedade com certeza deixará mais a desejar. Os governantes devem ter isto sempre em mente!!!
(*) Jornalista, auditor fiscal da RFB, diretor de Direitos Sociais e Imprensa Livre da Associação Riograndense de Imprensa, da Fundação Anfip de Estudos da Seguridade Social e presidente do Sindifisco Nacional em Porto Alegre. Endereço eletrônico: vilsonromero@yahoo.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
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