'Punição coletiva' em Gaza 'se expande perigosamente para o Líbano', alerta Lula na ONU
'São mais de 40 mil vítimas fatais, em sua maioria mulheres e crianças. O direito de defesa transformou-se em vingança', disse Lula em crítica a Israel.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou durante seu discurso na cerimônia de abertura da 79ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (24), que a “punição coletiva” do povo palestino em função dos ataques feitos pelas forças israelenses ameaça se espalhar para outros países do Oriente Médio, como o Líbano.
“Em Gaza e na Cisjordânia, assistimos a uma das maiores crises humanitárias da história recente, e que agora se expande perigosamente para o Líbano. O que começou com uma ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes tornou-se uma punição coletiva de todo o povo palestino. São mais de 40 mil vítimas fatais, em sua maioria mulheres e crianças. O direito de defesa transformou-se no direito de vingança, que impede um acordo para a liberação de reféns e adia o cessar-fogo”, disse Lula.
“Vivemos um momento de aumento de crescentes angústias, frustrações, tensões e medo. Testemunhamos a alarmante escalada de disputas geopolíticas e de rivalidades estratégicas. 2023 ostenta o triste recorde do maior número de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial. Os gastos militares cresceram pelo nono ano consecutivo e atingiram US$ 2,4 bilhões. Mais de US$ 90 bilhões foram mobilizados com arsenais nucleares. Esses recursos poderiam ter sido utilizados para enfrentar a fome e as mudanças do clima. O que se vê é o aumento das capacidades bélicas. O uso da força sem amparo no Direito Internacional está se tornando a regra. Presenciamos dois conflitos simultâneos com potencial de se tornarem um confronto generalizado”, ressaltou Lula em referência à guerra na Ucrânia e ao conflito Israel-Palestina.
Fonte: Brasil 247
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