domingo, 15 de julho de 2018

BOLSONARO; NÃO ESTÁ PREOCUPADO COM A FALTA DE ALIMENTOS, A QUESTÃO É ÓDIO AOS POBRES

Bolsonaro e Malthus: controle populacional e outras perversidades

por Pedro Alvas Cardoso* — publicado 15/07/2018 17h00, última modificação 13/07/2018 12h21
Diferentemente de Malthus, Bolsonaro não está preocupado com a oferta de alimentos. A questão é o ódio aos pobres
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Marcelo Camargo/ABr
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Recentemente, saiu no jornal Folha de S.Paulo, uma matéria sobre a política de esterilização proposta pelo deputado e pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro. De acordo com essa política, pretende-se impedir que famílias pobres possam aumentar seu número de filhos, com o objetivo de diminuir a miséria e a criminalidade.
Ele ataca os programas de segurança social e alimentar, afirmando que esses só serviriam para aumentar a proliferação de pobres, quando o governo deveria fazer o inverso disso. Deixa claro, sua posição quando se colocou sobre esse assunto em 2013, com a questão de os ricos ter e fazer controle de natalidade, colocando na conta dos pobres e dos trabalhadores a culpa pela explosão demográfica.
A lei 9.263/16 proíbe qualquer tentativa de controle demográfico ou a prática de esterilização, sendo assim, o objetivo de Bolsonaro é propor lei que substitua, ou mesmo ajuste para que a esterilização passe a ser uma coisa normal para a população pobre do Brasil.
Outra teoria, bastante difundida no inicio da industrialização Inglesa, lá pelos idos do século XIX, também ia nessa mesma máxima de Bolsonaro, organizada pelo economista Inglês Thomas Robert Malthus. Preocupado com a oferta de alimentos no reino ele defendia um controle da população para que os alimentos pudessem suprir toda a população do reino.
Segundo Malthus, os homens são movidos por um desejo sexual incontrolável, e quando não controlados poderiam pressionar a oferta de alimentos levando todos a uma fome generalizada. Bolsonaro não está preocupado com a oferta de alimentos no país, está sim com uma preocupação ainda pior do que a de Malthus, ou seja, a do ódio ao pobre, ao trabalhador, e de que esse atrapalha o seu e aos dos seus o direito de ir e vir, de frequentar os mesmos espaços que para ele seriam reservados apenas para os ricos.
Os instrumentos proposto por Malthus iam do controle "preventivo" ao controle "positivo", ou seja, facilitar a proliferação de doenças com o objetivo de forçar sua diminuição.
Bolsonaro propõe apenas um controle preventivo, como a redução do acesso às políticas de combate a deficiência alimentar e a outras ações sociais que possam levar ao aumento da população mais pobre e premiando as famílias que concordassem em fazer uma intervenção cirúrgica para não ter filhos.
Assim como Malthus criticava as ações de benevolência aos pobres, Bolsonaro critica os programas de assistência que só servem, segundo ele, para aumentar e duplicar a população pobre, tanto aqui em 2018, quanto lá, em 1870.
O Brasil é tido como o celeiro do mundo, portanto a fome não cabe no discurso dele para controle do que quer que seja. A questão aí é ideológica e sociológica.
Devemos ficar de olhos abertos, pois o dono desta ideologia se encontra a 19% de ocupar a presidência do país. Fica a pergunta: se Bolsonaro for presidente a política de controle estará atrelada a qual ministério, Saúde ou Desenvolvimento Social?
*'Sócio' desde 2018

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