LULA MIRANDA
Poeta, cronista e economista. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa e Fazendo Média
Esta é a crônica de uma prisão anunciada.
A crônica de uma infâmia e injustiça que se anuncia aos quatro ventos, aos quatro cantos. Só não vê ou escuta aquele que não quer.
Curiosamente, consegui certa notoriedade efêmera, pela primeira vez, quando escrevi e publiquei, no site da Agência Carta Maior, em meados do ano de 2002, uma crônica na qual previa e anunciava, meses antes do pleito, a eleição do metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva. Era uma espécie de “reportagem do futuro”, na qual descrevia, com riqueza de detalhes, a festa da vitória na avenida Paulista.
Eu acertei naquela minha predição. Estarei certo, novamente?
O feliz acerto no passado veio a me trazer fama e fortuna - fortuna, aqui empregado, claro, no sentido de sorte.
Sorte para mim. Mas não só para mim.
Na verdade, sorte para dezenas de milhões de brasileiros que se sentiram contemplados ao verem na Presidência da República um “igual”, um nordestino, um ex-sindicalista e operário, filho de retirantes. Enfim, um homem do povo.
Sorte de muitos, azar de uns poucos.
Azar de parte de nossa elite, de sua banda mais podre, conservadora, reacionária, iletrada, que, habituada que estava com séculos de mandonismo e privilégios, via agora ruir o seu castelo de Caras.
Essa elite não se conformou. E inconformada cerrou o cenho; fechou a cara; maldisse a sorte; manipulou a verdade; engoliu a seco e ruminou a sua raiva, durante longos doze ou treze anos. Até agora.
A vingança, como se sabe, é um prato que se come frio – a despeito da voracidade dos esfomeados por ódio e vingança, há que se ter paciência e método.
Afinal, que crime teria cometido Lula?
Lavagem de dinheiro? Tráfico de influência? Advocacia administrativa? Comprou um tríplex no Guarujá? Não, não comprou. Mas poderia até tê-lo comprado. Não teria sido uma fazenda em Minas? Ou um “apê” em Miami? Ou em Higienópolis? Não. Aí já seriam outros (e perdoáveis) os supostos “pecados”, posto que já seriam outros os pecadores.
Sim, Lula cometeu um “crime”, um “crime” imperdoável: o de dar ao povo brasileiro, com o seu exemplo e trajetória extraordinários, a esperança e uma sensação de pertencimento nunca antes experimentada neste país.
Sim, Lula ensinou ao povo brasileiro que, dali pra frente, poderia sentir que, também ele, homem e mulher do povo, mesmo os miseráveis, os “fodidos”, eram parte integrante da nação; que, também eles, poderiam ter e usufruir de direitos básicos; que, também eles, poderiam ser e se sentir cidadãos.
Lula, adorado e respeitado por inúmeros cidadãos e chefes de Estado mundo afora é, em verdade, para desgosto e incompreensão de uns poucos, um intangível patrimônio do Brasil – e da humanidade.
Tentar diminuir, corromper, destruir e aprisionar um brasileiro como Luiz Inácio Lula da Silva é como atentar contra um símbolo da pátria – como já disse antes, um patrimônio nacional.
O ex-presidente Lula já está preso. Enredado, inexorável e indesculpavelmente, em uma tramoia.
Lula já está, sabemos de antemão, condenado.
Será preso, processado e julgado (nesta ordem), tão somente para cumprir alguns ritos tão caros aos hipócritas.
Afinal, mesmo quando agem ao arrepio da lei e da Justiça, os seus algozes devem/querem parecer justos e respeitadores das leis.
Mas, como 1964 já demonstrou cabalmente – e inúmeros episódios, antes desse, tão sub-reptícios e ilegais quanto o infame golpe, também já haviam demonstrado antes –, essa elite reacionária e golpista, que não ousa dizer o nome, é capaz de tudo com o fim de usurpar o poder. E retomar o tacão.
Capaz até da extrema vileza e injustiça de se criminalizar e prender o Lula.
Junto terão que encarcerar o sonho e a esperança de mais de duzentos milhões de brasileiros.
Porém, e estou seguro quanto a isso, não há cadeia capaz de encerrar todo o sonho e esperança do povo brasileiro.
Não há cela capaz de encarcerar a liberdade.
Lula será preso.
E com ele pretendem interditar a nossa utopia.
Não podemos permitir.
Esta é a crônica de uma prisão anunciada.
A crônica de uma infâmia e injustiça que se anuncia aos quatro ventos, aos quatro cantos. Só não vê ou escuta aquele que não quer.
Curiosamente, consegui certa notoriedade efêmera, pela primeira vez, quando escrevi e publiquei, no site da Agência Carta Maior, em meados do ano de 2002, uma crônica na qual previa e anunciava, meses antes do pleito, a eleição do metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva. Era uma espécie de “reportagem do futuro”, na qual descrevia, com riqueza de detalhes, a festa da vitória na avenida Paulista.
Eu acertei naquela minha predição. Estarei certo, novamente?
O feliz acerto no passado veio a me trazer fama e fortuna - fortuna, aqui empregado, claro, no sentido de sorte.
Sorte para mim. Mas não só para mim.
Na verdade, sorte para dezenas de milhões de brasileiros que se sentiram contemplados ao verem na Presidência da República um “igual”, um nordestino, um ex-sindicalista e operário, filho de retirantes. Enfim, um homem do povo.
Sorte de muitos, azar de uns poucos.
Azar de parte de nossa elite, de sua banda mais podre, conservadora, reacionária, iletrada, que, habituada que estava com séculos de mandonismo e privilégios, via agora ruir o seu castelo de Caras.
Essa elite não se conformou. E inconformada cerrou o cenho; fechou a cara; maldisse a sorte; manipulou a verdade; engoliu a seco e ruminou a sua raiva, durante longos doze ou treze anos. Até agora.
A vingança, como se sabe, é um prato que se come frio – a despeito da voracidade dos esfomeados por ódio e vingança, há que se ter paciência e método.
Afinal, que crime teria cometido Lula?
Lavagem de dinheiro? Tráfico de influência? Advocacia administrativa? Comprou um tríplex no Guarujá? Não, não comprou. Mas poderia até tê-lo comprado. Não teria sido uma fazenda em Minas? Ou um “apê” em Miami? Ou em Higienópolis? Não. Aí já seriam outros (e perdoáveis) os supostos “pecados”, posto que já seriam outros os pecadores.
Sim, Lula cometeu um “crime”, um “crime” imperdoável: o de dar ao povo brasileiro, com o seu exemplo e trajetória extraordinários, a esperança e uma sensação de pertencimento nunca antes experimentada neste país.
Sim, Lula ensinou ao povo brasileiro que, dali pra frente, poderia sentir que, também ele, homem e mulher do povo, mesmo os miseráveis, os “fodidos”, eram parte integrante da nação; que, também eles, poderiam ter e usufruir de direitos básicos; que, também eles, poderiam ser e se sentir cidadãos.
Lula, adorado e respeitado por inúmeros cidadãos e chefes de Estado mundo afora é, em verdade, para desgosto e incompreensão de uns poucos, um intangível patrimônio do Brasil – e da humanidade.
Tentar diminuir, corromper, destruir e aprisionar um brasileiro como Luiz Inácio Lula da Silva é como atentar contra um símbolo da pátria – como já disse antes, um patrimônio nacional.
O ex-presidente Lula já está preso. Enredado, inexorável e indesculpavelmente, em uma tramoia.
Lula já está, sabemos de antemão, condenado.
Será preso, processado e julgado (nesta ordem), tão somente para cumprir alguns ritos tão caros aos hipócritas.
Afinal, mesmo quando agem ao arrepio da lei e da Justiça, os seus algozes devem/querem parecer justos e respeitadores das leis.
Mas, como 1964 já demonstrou cabalmente – e inúmeros episódios, antes desse, tão sub-reptícios e ilegais quanto o infame golpe, também já haviam demonstrado antes –, essa elite reacionária e golpista, que não ousa dizer o nome, é capaz de tudo com o fim de usurpar o poder. E retomar o tacão.
Capaz até da extrema vileza e injustiça de se criminalizar e prender o Lula.
Junto terão que encarcerar o sonho e a esperança de mais de duzentos milhões de brasileiros.
Porém, e estou seguro quanto a isso, não há cadeia capaz de encerrar todo o sonho e esperança do povo brasileiro.
Não há cela capaz de encarcerar a liberdade.
Lula será preso.
E com ele pretendem interditar a nossa utopia.
Não podemos permitir.
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