terça-feira, 25 de novembro de 2025

POR QUE EDUARDO, CARLA ZAMBELLI E RAMAGEM FUGIRAM E BOLSONARO TAMBÉM IRIA FUGIR

Por que Eduardo, Carla Zambelli e Ramagem fugiram e Bolsonaro também iria fugir “Todos eles têm certeza de que o cenário político será revertido e o fascismo retornará ao poder”, escreve Moisés Mendes 25 de novembro de 2025, 12:10 h 360 Partilhas whatsapp-white sharing button 14twitter-white sharing button 12facebook-white sharing button 332email-white sharing buttoncopy-white sharing button Bluesky LogoBluesky Bluesky LogoThreads 🇬🇧 English Translate to English Ouvir artigoÍcone de conversão de texto em fala Ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do deputado federal Alexandre Ramagem 06/10/2024 Ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do deputado federal Alexandre Ramagem 06/10/2024 (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes) Apoie o 247 Siga-nos no Google News Além dos que já estão fora do Brasil, todos os bolsonaristas que planejam fugas são contagiados pelo mesmo otimismo: é preciso fugir agora, porque o cenário será outro em pouco tempo e eles voltarão. TV 247 Siga o Brasil 247 no Google e receba as principais notícias do Brasil e do Mundo Seguir no Google Pensam assim os manés condenados pelo 8 de janeiro, que fugiram para a Argentina, e pensam do mesmo jeito Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli, Allan dos Santos e Alexandre Ramagem. Ramagem resumiu, depois de admitir que mora em Miami, em um condomínio de luxo, como foragido da Justiça, o que planeja para daqui a pouco. Ele e a família irão voltar. Imaginam que o sistema de que tanto falam – o político, o Judiciário e todos os sistemas institucionais – será enfim submetido a um controle que o bolsonarismo tentou, mas não exerceu a pleno no mandato criminoso encerrado em 2022. Bolsonaro estava tentando fugir porque tinha a certeza de que um dia voltaria para controlar o sistema. Foragidos e exilados são otimistas. Sempre foi assim, desde a fuga de João VI para o Brasil. É assim em todos os tempos, à esquerda e à direita. Foi assim quando Jango e Brizola fugiram do golpe. Foragidos e exilados com histórico de ativismo político, cada um com seus problemas, não pensam como o homem comum que foge da polícia e da Justiça. Este sabe que pode ser caçado para sempre. O político acredita na reversão de humores, cenários e expectativas. A fuga é algo muito transitório e o asilo é uma situação reversível. É o que todos eles pensam, sendo democratas fugindo de ditaduras, como aconteceu após o golpe de 64, ou fascistas fugindo da Justiça, como acontece agora com figuras do bolsonarismo. Eles têm o que o fugitivo comum não tem. Têm voto, base popular. O bolsonarismo tem também a certeza de que toda essa base, da estrutura social da extrema direita, do lastro político que importa, está intacta. Não a estrutura militar golpista, hoje esfacelada, mas a civil, a das bases que se interligam por todos os meios e se articulam via centrão para ampliar presença no Congresso na eleição do ano que vem. Eles não fogem por projetarem uma vida no exterior por um tempo médio ou longo. Fogem para escapar da ameaça imediata da cadeia e para recarregar energias e estratégias. Mas sempre certos de que voltarão, porque o fascismo, mesmo abalado, ainda lateja, sustentado pelas lideranças e por quadros intermediários estaduais e municipais com poder paroquial, e pelos eleitores da velha direita que virou hospedeira do bolsonarismo. Bolsonaro pode ser dado como morto, e Michelle e os filhos dele poderão até sofrer rejeição do centrão como alternativas para 2026, mas a índole da direita brasileira é agora bolsonarista. É nisso que os foragidos apostam: que a reacomodação acontecerá já na eleição de 2026, com mais deputados e senadores. Será uma campanha sob comando não do bolsonarismo puro, mas muito mais de Ciro Nogueira, Gilberto Kassab e Valdemar Costa Neto. A extrema direita tem certezas. Tentaram o golpe porque haviam sido convencidos de que daria certo. Fracassaram e convenceram-se da impunidade. Bolsonaro fugiu para os Estados Unidos antes do 8 de janeiro para voltar vitorioso. Voltou derrotado, mas circulou livre e solto até ser julgado e condenado, ficar retido em casa e, na ação mais desastrada, tentar manejar um ferro quente de solda. Os Bolsonaros, Ramagem, Zambelli e os que planejam fugas apostam que fugirão e que voltarão, porque sempre haverá um centrão e porque os financiadores do golpe continuam impunes e articulados no vasto interiorzão, como os empresários que mandaram bloquear estradas e derrubar torres de alta tensão. E sempre haverá militares fascistas de prontidão à espera da reversão. Por isso, Eduardo ainda não desistiu do projeto de sabotar o Brasil, Lula e Alexandre de Moraes, apesar da indiferença de Trump. Também há otimismo no desespero. A nova investida pela anistia e a retomada das ameaças ao Supremo são decisivas nessa aposta. Há muito fascismo impune e em brasa sob o cadáver em cinzas de Bolsonaro. * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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