terça-feira, 10 de junho de 2025

BOLSONARO SE INCRIMINA, FALTA APENAS A SENTEÇA E ASSINAR A NOTA DE CULPA

Bolsonaro se incrimina 'A tentativa de golpe foi confirmada por quem mais teria interesse em negá-la', escreve o colunista Oliveiros Marques 10 de junho de 2025, 18:14 h 166 Partilhas whatsapp-white sharing button 3twitter-white sharing buttonfacebook-white sharing button 163email-white sharing buttoncopy-white sharing button 🇬🇧 English Translate to English Ouvir artigoÍcone de conversão de texto em fala Jair Bolsonaro Jair Bolsonaro (Foto: Fellipe Sampaio/STF) Bluesky LogoBluesky Bluesky LogoThreads Apoie o 247Siga-nos no Google News Bolsonaro deveria ter optado pelo silêncio. A análise de discurso de todo o seu depoimento o coloca, a passos largos, rumo a um dos corredores da Papuda. A síntese perfeitamente clara - tanto do que disse quanto do que deixou de dizer - é que, sim, o Brasil viveu momentos à beira de uma ruptura com o Estado Democrático de Direito. Um golpe. Como se estivesse prestando depoimento a três surdos e cegos, e como se a audiência em rede nacional fosse composta apenas por imbecis, Bolsonaro admitiu com absoluta naturalidade ter realizado reunião com comandantes das Forças Armadas, na qual foi discutida a minuta do golpe. Com direito à projeção em uma televisão, segundo suas próprias palavras. A tentativa de golpe, portanto, foi confirmada por quem mais teria interesse em negá-la. Ad loading Mas ele foi além. Confessou também que o estado de sítio - ou a decretação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), e portanto o avanço do golpe - só não prosperou porque não encontrou apoio suficiente entre setores militares, que foram ouvidos por ele, e de parte da sociedade civil. Apesar de tentar transformar o banco dos réus do Supremo Tribunal Federal em uma extensão do seu “cercadinho”, posando de bom moço e tentando suavizar seus modos grotescos, o ex-presidente se embaraçou. Ao não negar nenhum conteúdo da acusação, acabou reforçando a tese da Procuradoria-Geral da República que sustenta sua culpa. Ele reconheceu, inclusive, que houve conversas golpistas após o resultado das eleições - resultado que se recusava a “entubar”. Disse que eram reuniões informais. Ora, o presidente da República é presidente 24 horas por dia. Não existe “informalidade” em encontros com autoridades, ainda mais realizados em espaços oficiais. E muito menos quando essas reuniões são convocadas e conduzidas exclusivamente com representantes das Forças Armadas. E, diferente do que declarou em Ceilândia, durante a campanha de 2022 - quando, em relação a uma menina de 14 anos, afirmou que “pintou um clima”, numa clara e repugnante alusão sexual -, em seu depoimento ao STF disse que “não havia clima” para o golpe. O subtexto dessa fala é revelador: ou seja, se “houvesse clima”, a minuta teria virado decreto e sido assinada. Mais uma vez, ele próprio confirma a tentativa de golpe. Usando da retórica para se proteger, afirmou que militares não cumprem ordens ilegais. Vá dizer isso para D. Pedro II, para Getúlio Vargas e para João Goulart. A verdade é que, desta vez, o tecido social brasileiro se mostrou mais firme do que em outros tempos - e esse, provavelmente, foi o fator decisivo ponderado na tal reunião com os comandantes militares, que fez com que o golpe parasse na tentativa. * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

"SABEM QUE ESTÃO CONDENADOS'

"Sabem que estão condenados", diz Kakay sobre Bolsonaro e cúmplices da quadrilha golpista Advogado analisa defesas de Ramagem e Mauro Cid em envolvimento em tentativa de golpe e explica panorama juridico do julgamento no STF Créditos: Sergio Dutti/UOL/Folhapress Alice Andersen Por Alice Andersen Escrito en POLÍTICA el 10/6/2025 · 12:00 hs Comparta este artículo Receber Notificações Push Em entrevista ao Jornal da Fórum nesta segunda-feira (9), o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, falou sobre o primeiro dia dos interrogatórios de defesa no julgamento conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), envolvendo Mauro Cid e Alexandre Ramagem, acusados de tentativa de golpe de Estado. O advogado expressou surpresa com a linha adotada pelos defensores, destacando a falta de uma discordância da ocorrência do crime. Conhecido por sua longa trajetória na defesa de réus em cortes superiores, Kakay destacou a particularidade dessa fase processual. Questionado sobre sua percepção do desenrolar do julgamento, afirmou ter acompanhado de perto a fase dos interrogatórios e explicou a diferença crucial entre o depoimento de uma testemunha e o de um réu no processo penal brasileiro. "O interrogatório é a única fase no processo penal brasileiro em que o réu tem fala. Ele faz a própria defesa, né? Todo o tempo do processo, quem produz a defesa são os advogados, a defesa técnica", disse. O criminalista ressaltou que, enquanto a testemunha é obrigada a responder sobre fatos de seu conhecimento, o réu no Brasil tem o direito de não produzir provas contra si e pode, inclusive, mentir. "É muito difícil você ver o interrogatório de um réu que seja absolutamente importante para poder absorver a pessoa. Por quê? Porque o réu vai pra lá falar que é inocente mesmo, essa é a regra." Sobre o depoimento de Mauro Cid, que é delator no processo, Kakay avaliou que foi “técnico, muito bom e bastante razoável para a manutenção” da delação. Ele minimizou episódios como o nervosismo do réu ao ser questionado sobre o uso de redes sociais, dizendo que, para o conjunto probatório, isso é “zero relevante”. O criminalista observou um clima de tensão entre os advogados de defesa: “Todo mundo sabe de que os clientes estão condenados agora. Espero que eles tenham feito bons honorários iniciais e não honorários de êxito” A apatia observada entre os defensores está ligada à força das provas e à dificuldade de sustentar teses de inocência diante de fatos já consolidados, segundo Kakay. “O que mais me impressionou até agora é que eu não vi nenhum daqueles advogados ali, alguns com bastante experiência, alguns chegarem lá e partirem pra cima do Ministério Público pra dizer que isso é um absurdo, é uma falácia, uma interpretação absolutamente marginal." "Oito advogados assumiram a tribuna, nenhum negou o crime. Nenhum advogado sentou lá e falou, isso é um absurdo, não houve crime, isso é uma falácia, meu cliente é inocente, porque o crime não ocorreu. Nada. O que eles fizeram foi, com respeito todo que tem pela advocacia, na ampla defesa, foi tentar mostrar que, de alguma forma, a pessoa que ele tava defendendo não participou do ato em si" Para ele, muitos profissionais têm dificuldade em assumir a defesa de acusados em casos tão sensíveis, especialmente quando há um viés democrático envolvido. “É difícil você advogar num momento deste do Brasil, em que quase tivemos um golpe, e você advogar sendo um democrata e pegar e subir na tribuna do Supremo Tribunal, que foi depredado, que o relator falou não era pra soltar as demais autoridades, mas você ficaria preso, que tinha um golpe pra matar, pelo menos o presidente da República e o ministro supremo, que tinha uma tentativa de fechar o Supremo Tribunal, como é que você vai assentar?” Kakay trouxe à tona um caso de experiência própria. "Não estou criticando, só comentando. Desde o primeiro momento, nós optamos no escritório por não pegar nenhum, ninguém que está envolvido de 8 de janeiro, ninguém. Fomos procurados por empresários, no momento X específico, exatamente porque eu sei que eu não poderia fazer essa entrega visceral pra causa." Ainda refletindo sobre a postura dos advogados na tribuna do STF, ele relembrou casos em que alguns defensores tentaram adotar uma linha mais agressiva, mas perderam o tom técnico: “Teve momentos nesse processo em que certo advogado chegou a dizer que os ministros do Supremo eram os mais odiados do Brasil. Nenhuma técnica, entendeu?” Condenação é certa A previsão é que as penas para os líderes da organização criminosa possam chegar a até 32 anos de prisão, considerando o volume e a gravidade das provas, de acordo com Kakay. “O processo penal que tá sendo feito nesse núcleo social, ele é abundante de provas que foram encontrados em computadores, em telefones, provas testemunhais, ou seja, o processo está cumprindo o rito democrático normal do processo penal democrático.” "É importante acompanhar esses interrogatórios agora, até porque o cidadão está no desespero, sabe que até meio de agosto ele vai estar condenado a 30 anos, provavelmente cadeia, 28, 30, 32. Porque, veja bem, se o cara que estava lá fazendo a bucha de canhão, tentando ajudar o golpe, foi condenado a 14, porque são cinco crimes, pena menor em cada um, somado em concurso dá 12, 14, 16, você imagine agora onde estão os líderes da organização criminosa", observa. O julgamento em curso de todos os golpistas é um momento singular no país, tanto pela importãncia histórica para um país marcado por golpes ao longo de sua história quanto pela defesa diante da justiça mais alta do país. “Você vai assumir a tribuna do Supremo e o golpe é fechar o Supremo. Entendeu? Talvez venha daí a sua perplexidade”, completou o advogado

segunda-feira, 9 de junho de 2025

BOLSONARO NO BANCO DOS RÉUS É "MOMENTO HISTÓRICO"

Bolsonaro no banco dos réus é "momento histórico", diz Gleisi "Que nunca mais voltem a ameaçar o país e a democracia”, adverte a ministra 09 de junho de 2025, 08:31 hAtualizado em 09 de junho de 2025, 09:10 h 55 Partilhas whatsapp-white sharing button 8twitter-white sharing button 7facebook-white sharing button 40email-white sharing buttoncopy-white sharing button 🇬🇧 English Translate to English Ouvir artigoÍcone de conversão de texto em fala Gleisi Hoffmann Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/SRI) Bluesky LogoBluesky Bluesky LogoThreads Apoie o 247Siga-nos no Google News Otávio Rosso avatar Conteúdo postado por: Otávio Rosso 247 - A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), destacou a relevância histórica do julgamento de Jair Bolsonaro (PL), que dá um passo importante nesta segunda-feira (9) com os depoimentos dos integrantes do “núcleo 1” da trama golpista, incluindo o ex-presidente. As audiências seguirão até sexta-feira (13) e representam o desfecho da etapa de instrução final do processo sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022. “Nesta segunda-feira, Jair Bolsonaro estará sentado no banco dos réus, que é o lugar dele no estado democrático de direito. No STF, será interrogado na ação penal que responde com seus cúmplices pela tentativa de golpe contra a posse do presidente Lula, eleito em 2022”, disse Gleisi. Play Video A ministra apontou para a hipocrisia de Bolsonaro, que teve todas as garantias do devido processo legal, ao contrário do que teria em uma eventual ditadura. “Bolsonaro teve e terá, ao longo da ação, todas as garantias do devido processo legal, diferentemente do que acontece nas ditaduras que ele defende e tentou impor novamente ao Brasil. O julgamento de seus crimes é a melhor resposta às mentiras que ele, seus familiares e cúmplices espalham pelo mundo, difamando o Brasil, em busca de uma intervenção estrangeira na Justiça e na política em nosso país”, criticou. Gleisi concluiu afirmando que o julgamento é um “momento histórico”. “Estarão junto com ele, no banco dos réus, a violência política, o discurso de ódio, a rede de mentiras e todos os recursos que a extrema-direita empregou para usurpar o poder. É um momento histórico que vamos presenciar, para que nunca mais voltem a ameaçar o país e a democracia”, completou.

domingo, 8 de junho de 2025

LULA É LÍDER MUNDIAL CONSAGRADO EM AMBIENTE DOMÉSTICO DESAFIADOR

Lula é um líder mundial consagrado em ambiente doméstico desafiador O mesmo Lula que é reverenciado em Paris enfrenta uma realidade distinta em seu próprio país – e isso se deve ao cerco midiático contra sua reeleição 08 de junho de 2025, 02:51 h 207 Partilhas whatsapp-white sharing button 39twitter-white sharing button 18facebook-white sharing button 124email-white sharing button 7copy-white sharing button A recente visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à França foi mais do que uma demonstração de diplomacia: foi a consagração de uma liderança mundial. Nenhum outro brasileiro, em nenhum tempo, desfrutou de tamanho prestígio internacional. Recebido com honras pelo presidente Emmanuel Macron, Lula não apenas consolidou laços políticos e econômicos com um dos principais países da União Europeia, mas também foi alvo de reverências raras no cenário global. Lula foi homenageado pela prestigiada Academia Francesa, uma instituição guardiã da cultura e do pensamento franceses. Também recebeu distinções da Universidade de Paris e da prefeita da capital, Anne Hidalgo, que o qualificou como um símbolo global da justiça social e da luta contra a desigualdade. Tais homenagens não são apenas protocolares — elas refletem o reconhecimento de um estadista cuja trajetória inspira além das fronteiras nacionais. Play Video Paradoxalmente, o mesmo Lula que é reverenciado em Paris enfrenta uma realidade distinta em seu próprio país. As duas pesquisas mais recentes — tanto da Genial/Quaest quanto da AtlasIntel — apontam para uma piora na avaliação de seu governo. A aprovação caiu nos dois levantamentos, acompanhada por um avanço de hipotéticos adversários nas intenções de voto para a eleição presidencial de 2026. O presidente, que no início do mandato parecia consolidar uma ampla frente de apoio, agora vê-se diante de um ambiente político potencialmente mais hostil. O paradoxo torna-se ainda mais evidente diante dos bons indicadores econômicos. O Brasil registra crescimento acima das expectativas, com avanço do PIB, distribuição de renda mais justa, valorização do real, queda da inflação, num contexto de responsabilidade fiscal e forte geração de empregos. Ainda assim, tais dados positivos parecem não se converter, ao menos por ora, em capital político tranquilizador. Essa desconexão aponta para algo mais profundo: a formação de um cerco oposicionista que não se limita à crítica política, mas que busca minar, desde já, a viabilidade de uma eventual reeleição. O bolsonarismo, mesmo sem liderança formal e enfrentando impasses judiciais, permanece como um polo mobilizador nas redes e nas ruas. E há ainda a ação do consórcio de setores da elite econômica e da mídia hegemônica que nunca aceitaram o retorno de Lula ao Planalto. É necessário dizer com clareza: Lula merece todas as homenagens que recebeu em Paris. Nenhum outro brasileiro é tão reconhecido e celebrado internacionalmente quanto ele — e talvez jamais venha a ser. Mas o desafio que se impõe a ele agora é outro: fazer com que o Brasil enxergue o que o mundo já reconhece. As condições para isso estão dadas. Se Lula quiser transformar prestígio internacional em força política interna, será preciso mais do que indicadores positivos — será necessária comunicação direta, enfrentamento firme das forças antidemocráticas e reconstrução de pontes com os setores que hoje se mostram indiferentes ou críticos. Bons índices são importantíssimos. Não são, porém, suficientes para a vitória numa campanha que se anuncia feroz, marcada pelas práticas criminosas dos adversários. O fator decisivo para a vitória será conseguir pôr em ação instrumentos políticos capazes de unir os democratas contra o fascismo numa frente a mais ampla possível. Igualmente, será necessário energizar os setores sociais na defesa das conquistas obtidas. Na cadeira de presidente, Lula dispõe de meios para engajar a sociedade em favor das transformações que traduzem este seu terceiro mandato. É pelo aprofundamento das mudanças que se justifica uma nova postulação presidencial. O tempo joga a favor ou contra, a depender da conduta a ser adotada. Redação Brasil 247 avatar Conteúdo postado por: Redação Brasil 247